Em pesquisa feita pelo instituto Datafolha, divulgada nesta terça-feira (4), revela que 51% dos eleitores concordam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser condenado por duvidar da confiabilidade das urnas eletrônicas e se tornar inelegível por oito anos.

Em contrapartida, 45% afirma que Bolsonaro não deve se tornar inelegível e ser liberado pela Justiça Eleitoral para disputar pleitos.

A pesquisa ouviu cerca de 2.028 pessoas entre os dias 29 e 30 de março, e demonstrou que para mais da metade dos pesquisados, a punição para o ex-presidente é a perda de seus direitos políticos.

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Outros 4% dos entrevistados não souberam avaliar a questão. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Bolsonaro é acusado de suposto crime eleitoral ao convocar, no ano passado, embaixadores no Palácio do Planalto para criticar o sistema de votação brasileiro.

Quando ainda estava nos Estados Unidos no último dia 14, o ex-chefe de Estado assumiu a possibilidade de se tornar inelegível.

“Eu não tenho uma denúncia sequer de corrupção, zero. O processo que vai ser julgado no TSE é pela reunião que eu fiz com embaixadores no ano passado, foi um ‘crime’ que eu cometi. Mas, infelizmente, em alguns casos no Brasil você não precisa ter culpa para ser condenado”, declarou.

A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) que trata do tema vai a plenário após o feriado da Páscoa. 

A fase de coletas de provas foi encerrada pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, em 31 de março, e os prazos de manifestações da defesa, acusação e do Ministério Público Eleitoral (MPE) acabam em 12 de abril, o que leva a crer em votação já em 13 de abril, ou nas sessões plenárias da semana seguinte.

Bolsonaro será julgado por suposto crime eleitoral, abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação.

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A volta de Bolsonaro

O ex-presidente Bolsonaro retornou ao Brasil, no último dia 30. Em um esquema de segurança reforçado no Aeroporto de Brasília e na Esplanada dos Ministérios, houve uma manifestação menor de apoiadores.

O intuito do esquema de segurança nesse retorno é justamente para que os atos golpistas de 8 de janeiro não se repitam.

Logo após o desembarque, Bolsonaro foi para o hotel e se reuniu com deputados e senadores e com o PL e não discursou aos manifestantes.

Nesta segunda-feira (4), Fabio Warjngarten, ex-secretário de comunicação do governo de Bolsonaro, afirmou nas redes sociais que o ex-presidente irá viajar pelo Brasil para conversar com o povo.