Nesta terça-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre o caso de investigação da Polícia Federal em suposta espionagem ilegal na Abin (Agência Brasileira de Inteligência). A declaração foi dada em entrevista à CNB Recife.

“A gente nunca está seguro. O companheiro que eu indiquei para ser o diretor-geral da Abin (Luiz Fernando Corrêa) foi meu diretor-geral da PF entre 2007 e 2010. É uma pessoa em quem eu tenho muita confiança e por isso o chamei, já que não conhecia ninguém dentro da Abin. E esse companheiro montou a equipe dele”, disse.

Após rumores de que o presidente cogitava demitir o diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Luiz Fernando Corrêa, o presidente afirmou que é necessário obter provas. “Antes de você fazer simplesmente a condenação, é importante investigar corretamente”, respondeu Lula.

Alessandro Moretti

Alessandro Moretti ocupa o cargo de diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) desde março de 2023.

Segundo investigações, o nome de Alessandro foi citado em relatório de investigações da Polícia Federal e aponta suposta ligação da atual gestão da Abin com investigados no caso de espionagem ilegal.

Alessandro MorettI, atual diretor adjunto da Abin Foto: Pedro França/Agência Senado

Sem citar nomes, Lula disse que, caso seja confirmado, não há clima para a permanência do policial.

“Dentro da equipe dele (diretor-geral da Abin) tinha um cidadão, que é o que está sendo acusado, que mantinha relação com o Ramagem, que é o ex-diretor da Abin do governo passado. Inclusive, relação que permaneceu já durante o trabalho dele na Abin. Se isso for verdade, e está sendo provado, não há clima para esse cidadão continuar na polícia”, disse Lula.

Aliados do governo Lula apontam Moretti como bolsonarista. O delegado da PF já foi braço direito do ex-ministro da Justiça Anderson Torres no governo Bolsonaro.