Ao menos dois dos investigados presos na última quinta-feira (11) na Operação Última Milha tinham conhecimento sobre a existência da minuta de decreto para promover um golpe de Estado, que poderia ser assinada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Última Milha é o nome da operação conduzida pela Polícia Federal (PF) para apurar suposta estrutura paralela de espionagem montada na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).  O objetivo seria monitorar ilegalmente adversários pessoais e políticos do clã Bolsonaro. 

Outro inquérito

A “minuta do golpe” é alvo de um outro inquérito, que tem como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro e assessores próximos. As duas investigações tramitam sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Uma das bases da investigação sobre a Abin paralela são os diálogos mantidos entre o militar Giancarlo Gomes Rodrigues e seu superior, o policial federal Marcelo Araújo Bormevet. 

Em dado momento, destaca a PF, Bormevet pergunta a Giancarlo: “O Nosso PR imbrochável já assinou a p**** do decreto?”. O militar responde: “Assinou nada. Tá foda essa espera, se é que vai ter alguma coisa”.

Para os investigadores, “as referências relacionadas ao rompimento democrático declaradas pelos policiais é circunstância relevante que indica no mínimo potencial conhecimento do planejamento das ações que culminaram na construção da minuta do decreto de intervenção”. 

A observação está no requerimento no qual a PF pediu a prisão preventiva dos dois investigados.  Além disso, a corporação também solicita o compartilhamento de informações entre o inquérito da Abin paralela e o da minuta do golpe. Moraes acatou ambos os pedidos. 

Prisão

Para a PF, os crimes supostamente cometidos na Abin “se situam no nexo causal dos delitos que culminaram na tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito”. 

Esse foi um dos argumentos utilizados pela PF para pedir a prisão dos investigados. A autoridade policial alegou que os suspeitos poderiam destruir provas que ligassem as duas investigações. 

De modo preliminar, a PF aponta o cometimento de uma série de crimes como pertencimento a organização criminosa, invasão de dispositivo informático alheio, interceptação clandestina de comunicações e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

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* Com informações da Agência Câmara de Notícias