O estado do Acre teve 60 casos confirmados do vírus oropouche em 2023, segundo informações da Secretaria de Saúde (Sesacre), nesta quinta-feira (4).

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O arbovírus, que tem sintomas parecidos com a dengue, foi registrado em oito dos 22 municípios do Acre, com destaque para Rio Branco, que concentra mais de metade dos casos (32).

Além da capital, tiveram registros da doença Acrelândia (8), Manoel Urbano (8), Porto Acre (5), Feijó (3), Sena Madureira (1), Brasiléia (1) e Xapuri (1).

Os dados, computados até 22 de dezembro do ano passado, mostram ainda que mais de 60% dos casos confirmados foram registrados nos primeiros três meses do ano, período que coincide com a época das chuvas.

Os sintomas do vírus oropouche são febre, calafrios, dor de cabeça e nas articulações, náuseas, além de sinais mais característicos, como sensibilidade à luz, dor ocular, tonturas e manchas avermelhadas na pele.

O tratamento é feito com o alívio dos sintomas, especialmente porque esse vírus, diferentemente do zika, por exemplo, costuma ser bastante sintomático. O paciente leva até uma semana para se recuperar.

Medidas preventivas

A secretaria de saúde alerta a população para as precauções necessárias para a prevenção que são similares as medidas preventivas da Dengue.

A medida mais eficaz para evitar a infecção é bloquear o ciclo reprodutivo do mosquito que transmite a doença.

Logo, os mesmos cuidados que se tem com a dengue são válidos para combater a oropouche, como não deixar água parada, limpar quintais, usar repelente em áreas com incidência de mosquitos, entre outras.

O coordenador do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde (Sesacre), Edvan Menezes, confirma o registro de 60 casos das doenças dentro do esquema de diagnóstico diferencial e alerta para as medidas preventivas necessárias:

– não deixar água parada, destruindo os locais onde o mosquito nasce e se desenvolve, evita sua procriação;

– deixar sempre bem tampados e lave com bucha e sabão as paredes internas de caixas d’água, poços, cacimbas, tambores de água ou tonéis, cisternas, jarras e filtros

– não deixar acumular água em pratos de vasos de plantas e xaxins;

– colocar areia fina até a borda do pratinho;

– plantas que possam acumular água devem ser tratadas com água sanitária na proporção de uma colher de sopa para um litro de água, regando no mínimo, duas vezes por semana;

– tirar sempre a água acumulada nas folhas;

– não juntar vasilhas e utensílios que possam acumular água (tampinha de garrafa, casca de ovo, latinha, saquinho plástico de cigarro, embalagem plástica e de vidro, copo descartável etc.);

– guardar garrafas vazias de cabeça para baixo.

Sintomas e diferenças

Nesta semana, o Acre enfrenta um novo desafio na área de saúde, com registros de casos de febre Oropouche e do vírus Mayaro na área urbana.

Ambas as doenças são arboviroses transmitidas por mosquitos, apresentando sintomas semelhantes aos da dengue, mas com características distintas.

A febre Oropouche, cujo principal vetor é o mosquito Culicoides paraensis, conhecido como “maruim”, destaca-se por apresentar um risco significativamente menor de complicações hemorrágicas e morte em comparação com a dengue. Raramente, os casos podem complicar-se com meningite de padrão viral.

Por sua vez, o vírus Mayaro, endêmico na Amazônia, é transmitido pelos mosquitos do gênero Haemagogus, que vivem em matas.

Diferentemente do Aedes aegypti, vetor urbano comum, o Haemagogus está associado a áreas rurais e é conhecido por propagar a febre amarela silvestre.

O coordenador de saúde destacou que, há muito tempo, o Acre não registrava casos desses vírus na área urbana, sendo mais comuns em áreas rurais.

Mudanças no ciclo de vida do mosquito e o crescimento urbano são apontados como possíveis motivos para a ocorrência dessas infecções nas cidades.

“A febre de Mayaro e Oropouche são vírus conhecidos há muito tempo pela saúde do estado e ministério da saúde, só que são vírus que tinham seu ciclo de vida fora da cidade, agora podemos observar a mudança desse ciclo de vida, saindo do meio silvestre para o meio urbano.” Destaca.

A falta de confirmação em áreas urbanas levou a uma subnotificação, pois o Ministério da Saúde não enviava testes para os exames.

Diante dos novos registros, a rede de saúde se prepara para uma reorganização, com capacitação dos profissionais, palestras e alertas sobre os vírus.

O objetivo é iniciar um trabalho de conscientização e combate às infecções, que agora se manifestam de forma surpreendente na área urbana.

Os sintomas dessas arboviroses, como febre, dor de cabeça, dor no corpo e articulações, e em alguns casos, vômitos, requerem uma abordagem cuidadosa por parte da comunidade e dos profissionais de saúde, que agora se mobilizam para enfrentar esse novo cenário epidemiológico.

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