Em meio a um cenário de preocupação crescente com doenças infecciosas emergentes, o Acre se vê confrontado com um desafio significativo: a febre do Oropouche.
Conforme dados do Ministério da Saúde divulgados na terça-feira (27), o estado registra a terceira maior taxa de positividade para a doença, ficando atrás apenas de Rondônia e Mato Grosso.
A febre do Oropouche, causada pelo vírus homônimo, é uma enfermidade aguda que desperta atenção pela sua disseminação.
Em 2024, o Acre apresenta um total de 66 exames positivos, resultando em uma taxa de positividade de 43,7%.
Estes números alarmantes contrastam com os 174 casos registrados em todo o ano de 2023, evidenciando um aumento vertiginoso da incidência da doença.
Os dados compilados pelo Centro de Operações Emergenciais (COE) através do Informe Semanal, referente à Semana Epidemiológica (SE) 01 a 12, apontam para uma rápida escalada nos casos de febre do Oropouche no Acre.
Este crescimento exponencial é corroborado pelos 68 casos notificados apenas nos primeiros três meses de 2024, indicando uma tendência preocupante.
A análise dos dados epidemiológicos revela que o maior número de casos ocorre na faixa etária de 30 a 39 anos, tanto em homens quanto em mulheres, evidenciando a amplitude demográfica da disseminação da doença.
O secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, em entrevista concedida em janeiro deste ano, ressaltou a importância de se distinguir entre os casos de febre do Oropouche e dengue, uma vez que os sintomas podem ser semelhantes.
Pascoal afirmou que mais da metade dos casos originalmente diagnosticados como dengue na verdade eram de febre do Oropouche, uma doença que, embora conhecida há tempos, agora está recebendo maior atenção da comunidade médica e científica.
Uma das causas da disseminação da febre do Oropouche reside em seus ciclos de transmissão. Tanto o ciclo silvestre quanto o urbano desempenham papéis significativos na propagação da doença.
No ciclo silvestre, macacos, bichos-preguiça e aves são frequentemente infectados, enquanto mosquitos como Aedes serratus e Coquillettidia venezuelensis atuam como vetores naturais.
* Com informações da Assessoria