Atletas da seleção da Alemanha taparam a boca antes de entrar em campo, contra o Japão, nesta quarta-feira (24).

A ação foi uma forma de discordância contra a proibição de usar a braçadeira de capitão da campanha “One Love” durante os jogos do mundial no Catar.

Protestos estão marcando este início da Copa do Mundo do Catar.

Jogadores de diferentes seleções já se manifestaram por causas sociais.

+ Envie esta notícia no seu Whatsapp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

O acessório é um símbolo de apoio à comunidade LGBT+.

Os jogadores entendem que a proibição é da Fifa.

A entidade fez um pedido para as seleções manterem o foco nos jogos em vez de usar a exposição mundial do torneio para apoiar movimentos ideológicos ou políticos.

Em carta assinada por Gianni Infantino, presidente da Fifa, e pela secretária-geral Fatma Samoura, a Fifa pediu para que o futebol não fosse “arrastado” para o campo de batalha político ou ideológico.

Recentemente, a Fifa autorizou a entrada de bandeiras LGBT+ nos estádios, atitude que contrariou a posição do major-general Abdulaziz Abdullah Al Ansari, presidente do Comitê Nacional de Contraterrorismo do Catar.

Alemães na sequência dos protestos

O ato dos atletas da Alemanha já é o terceiro a acontecer durante o torneio deste ano.

Mais cedo, nesta semana, os jogadores do Irã não cantaram o hino nacional antes da partida como uma forma de apoio às manifestações contra o regime teocrático do Irã, iniciadas após a morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, em 16 de setembro, enquanto estava sob custódia policial.

Ela foi presa pela Patrulha de Orientação, uma polícia da moralidade do país, por não usar um hijab corretamente.

RELACIONADAS

+ Japão x Alemanha: em nova zebra da Copa, japoneses derrotam alemães por 2×1

+ Alemanha vence Omã por 1 a 0 em último amistoso antes da Copa do Catar

+ Alemanha vira meme nas redes sociais após derrota de virada para o Japão

Durante o jogo, mulheres iranianas nas arquibancadas do estádio choraram proibidas por 40 anos de entrar nos estádios em seu país, após a Revolução Islâmica em 1979, muitas delas assistiram a uma partida de futebol da Copa pela primeira vez.

Em 2019, protestos levaram a Fifa a determinar ao Irã a entrada das mulheres do país nos estádios.

Protestos devem seguir na Copa

As manifestações de jogadores não devem parar por aí.

Kasper Hjulmand, técnico da seleção dinamarquesa, disse em entrevista coletiva que o time cogita fazer protestos depois que a Fifa ameaçou punir os jogadores que usarem uma braçadeira “One Love” durante as partidas.

“É uma situação extremamente difícil porque seria algo que defendemos. Os jogadores defendem, eu defendo. Talvez haja outras possibilidades, vamos esperar para ver”, comentou o técnico da Dinamarca.

Vale notar que a Copa do Mundo do Catar já levantou diferentes polêmicas, como as péssimas condições trabalhistas das pessoas que construíram os estádios para o Mundial, o desrespeito aos direitos da comunidade LGBT+ e o gasto de US$ 229 bilhões, 16 vezes mais do que a Rússia investiu para sediar o torneio de 2018.