O Amazonas e o Peru têm negociado projetos de economias sustentáveis em diferentes áreas entre as duas nações. A proposta foi discutida na I Reunião do Comitê de Fronteira Norte Peru-Brasil, iniciada nesta terça-feira (27), na cidade peruana de Iquitos.

A medida faz parte do alinhamento de políticas de desenvolvimento econômico que teve como assunto principal a criação da Zona de Integração Fronteiriça (ZIF) Brasil-Peru.

Na prática, a ZIF pretende estimular a integração e o crescimento econômico entre os dois países sob o tripé dos setores do comércio, turismo e meio ambiente. Assuntos sociais e facilitação fronteiriça também possuem papel fundamental na construção desse projeto.

O evento promovido pelos ministérios das Relações Exteriores do Brasil e do Peru aconteceu no campus da Universidade Nacional Amazónica Peruana (Unap).

No discurso de abertura, o vice-governador Tadeu de Souza, que representou o estado, disse que a prioridade é superar desafios comuns à realidade amazônica para gerar emprego e renda em ambas as localidades.

“Este evento representa um marco e o início de um esforço conjunto que vai estimular a integração e desenvolvimento econômico entre os nossos países. Acima de tudo, vencer esse duplo desafio de proteger o meio ambiente e combater a pobreza”, declarou.

A importância da cooperação Brasil-Peru foi reforçada para que os produtos do Polo Industrial de Manaus (PIM) alcancem o mercado consumidor peruano, com mais de 33 milhões de pessoas.

Para que esses estímulos tenham efeitos na economia de ambas as nações, as autoridades defendem a necessidade de compensar as populações amazônicas pelos serviços ambientais prestados ao planeta.

Cooperação Brasil-Peru pode ampliar o alcance dos produtos do Polo Industrial de Manaus (PIM) – Foto: Divulgação/Ricardo Machado

Integração econômica

Atualmente, de acordo com a embaixada do Peru no Brasil, existe uma capacidade não explorada de integração econômica e logística entre o Amazonas e o país andino, que compartilham uma fronteira de 2,9 mil quilômetros de extensão.

Para Guilherme Vilagelim, um dos membros da comitiva do Governo do Amazonas, a reunião marcou o início de articulações com as autoridades peruanas nas demandas ligadas às áreas de segurança pública, saúde, educação e ciência e tecnologia.

“A partir desse comitê será possível pensar em novos acordos econômicos que tragam investimentos e, então, avançar para as áreas sociais, ambientais e de integração”, ressaltou Vilagelim.

Na área do turismo essas negociações podem beneficiar a construção de uma espécie de ‘rota turística’  planejada e a expansão de novos voos entre os países, de acordo com a diretora de Turismo da Amazonastur, Emmanuelle Pampolha.

“Tratamos sobre a criação de uma rota turística e também a ampliação da malha aérea com voos diretos às capitais tanto do Peru quanto do Amazonas, com paradas em Tabatinga e Iquitos. Assim, fomentamos a visitação junto a esses municípios”, explicou a diretora.