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Memorial Casa Faraco é inaugurado em Maués-AM

O Memorial Casa Faraco localizado em edifício centenário foi inaugurado na última sexta-feira, 1º, em Maués, distante a 258.40 km de Manaus. 

A Casa Faraco foi construída em 1902, fica localizada na ola da terra do guaraná, e estava abandonada, em ruínas, perecendo com a ação do tempo. O local, totalmente reformado e retomando a arquitetura original, recebeu o nome de Memorial Casa Faraco, onde terá exposições permanentes contando toda a trajetória da vinda dos italianos para Maués e a comercialização do fruto e de que forma eram feitas as transações naquela época. 

“Hoje estamos entregando a cidade de Maués a sua história. Aqui viveu um dos homens mais visionários que nossa cidade já recebeu – José Faraco, italiano, que descobriu o potencial do fruto do guaraná para comercializar no Brasil e no mundo”, conta o prefeito Júnior Leite (PSC).

Graças aos Faracos, Maués é conhecida como a Terra do Guaraná, pois somente os índios Sateré-Mawé conseguiam fazer a comercialização do fruto da Amazônia, ainda por meio de escambo e que era muito visado pelos europeus.

Divulgação/Prefeitura de Maués- O local estava abandonado e restaurado. O local foi rebatizado como Memorial Casa Faraco

 

 

Sobre o edifício e a Família Faraco

Em 1902, o italiano José (Giuseppe) Faraco, nascido em Acquafredda , Maratéa, Província de Potenza, Brasilicatta (Itália), chega a Maués para conhecer outro conterrâneo chamado Nicoló Filizola, que iniciava um comércio de guaraná o qual Faraco tornou-se sócio imediatamente.

O edifício foi construído no mesmo ano por Faraco, serviu de residência à família até meados dos anos 40. A prefeitura arrematou o edifício em 1947 e fez dele sua sede, onde a noite funcionava também a Câmara Municipal. Na década de 70, o prédio foi cedido ao Tribunal de Justiça do Amazonas, para sediar o Fórum da Comarca de Maués que funcionou até a segunda metade de 2009 e depois foi desativado devido à enchente daquele ano.

As muitas reformas feitas na Casa Faraco descaracterizou a arquitetura original do primeiro prédio construído em alvenaria da cidade, com material trazido da Europa, telhas usadas na construção de arquitetura italiana, com sua escadaria voltada ao rio para a facilitação do recebimento e entrega de mercadorias.

O Rei do Guaraná, como era conhecido José Faraco, facilitava a comercialização do fruto com o famoso, até hoje, guaraná em bastão, ao qual rala-se com a língua de pirarucu, peixe típico da Amazônia. Além da comercialização do fruto, ele também investiu nas primeiras usinas de pau-rosa, uma essência descoberta pelos franceses que substituía o âmbar das baleias na produção de cosméticos, sendo o fixador do famoso Chanel nº 5, eternizado como o perfume da atriz Marilyn Monroe.

Faraco teve uma mulher, filha de índios, a qual teve três filhos e que os livros não citam o nome desta, porém, citam o dos filhos: Letícia Vitoria, Maria Dolores e Arthur Angelim, os quais ele reconheceu todos, assegurou educação e viviam juntos ao pai em sua casa. E providenciou a vinda ao Brasil dos seus três filhos italianos: Biagio (Brás), Francesca Emilia e Giovanni, após a morte repentina de enfarto, na Itália, de sua esposa Carmela.

José Faraco esteve diversas vezes em Acquafredda e retorna à Itália após a crise de 1929, porém, em 1939, com a Segunda Guerra Mundial, ele não pode mais retornar para Maués. Todo o seu grande projeto comercial foi enterrado com ele que morrera em 1946, o qual a história relata que falece desesperado e com complicações gástricas. 

Brás Faraco é único filho de José que ficara no Brasil e foi o pai do ex-governador interino do Amazonas Raphael Faraco.

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