O engenheiro florestal Virgílio Viana, de 53 anos, será o primeiro brasileiro a ocupar uma cadeira na Pontifícia Academia de Ciências Sociais (PACS) do Vaticano. A nomeação pelo Papa Francisco ocorreu no dia 3 de agosto deste ano e foi publicada oficalmente na segunda-feira, 18, no site do Vaticano.

Atualmente, Viana também é superintendente geral da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), com sede em Manaus.

Em entrevista à jornalista Pâmela Dias, do jornal O Globo, Virgílio Viana contou como funcionará a atuação na PACS e de que maneira pretende avançar na preservação ambiental e na manutenção de povos originários.

“Meu contato com o Vaticano é fruto de uma trajetória pessoal que tem três vertentes: a primeira é acadêmica, fui professor na USP por 13 anos, tenho formações PhD e toda uma trajetória na ciência. Depois disso tive uma função pública de secretário ambiental, e atualmente estou numa função de liderança da ONG Fundação Amazônia Sustentável. Então, esse caminho intenso foi se entrelaçando, formando contatos ao participar de palestras, conferências e eventos, e é com muita satisfação que fui eleito para o PACS”, disse Viana. 

Viana apontou como principais urgências ambientais da Amazônia o desmatamento, a redução dos incêndios e o garimpo ilegal. 

“A principal é a redução do desmatamento a zero, com a maior brevidade possível. Acoplado a isso, a redução dos incêndios, pensados no contexto das mudanças climáticas devido ao aumento da temperatura e duração da estação seca no mundo todo. Junto a essas duas urgências, tem a urgência social, que caminha lado a lado, visto que grande parte da floresta é cuidada pelos povos indígenas e populações tradicionais. Pessoas muito importantes para a continuidade da floresta, mas que infelizmente hoje são ameaçadas pelo garimpo ilegal e crescimento do agronegócio, especialmente”, comentou. 

Biografia

PhD por Harvard e pós-doutor em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade da Flórida, Virgilio Viana é o atual superintendente-geral da Fundação Amazônia Sustentável (FAS). Foi o primeiro secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, entre 2003 e 2008, e atualmente é membro do grupo de trabalho sobre Ética da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano.

Graduou-se em Engenharia Florestal pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP) e foi professor do Departamento de Ciências Florestais na ESALQ/USP (1989-2009), com livros e artigos publicados no Brasil e no exterior.

Coordenou o processo de consultas nacionais que deu origem ao Forest Stewardship Council (FSC) em 1993. Foi fundador e presidente do Imaflora (1993-2000). Participou da estruturação do Center for International Research (CIFOR), do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e do Fundo Brasileiro de Biodiversidade (Funbio). Foi presidente da Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia (SBEE), da Associação Paulista dos Engenheiros Florestais (APAEF), e vice-presidente da Associação Brasileira dos Secretários de Estado do Meio Ambiente (ABEMA).

Durante período como secretário do governo do Amazonas, coordenou o processo de concepção e implementação do Programa de Desenvolvimento Sustentável “Zona Franca Verde”, do Programa Bolsa Floresta e da primeira Lei de Mudanças Climáticas do Brasil. Neste período, a área das Unidades de Conservação do Estado aumentou em mais de 135%.

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