O Programa Mulheres na Ciência, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) está realizando a pesquisa sobre “Caracterização e valoração do mel de abelhas nativas produzido em cultivos de guaraná e camu-camu para fomentar a bioeconomia amazônica”, no Estado. 

O estudo viabiliza práticas agrícolas sustentáveis e a valoração de produtos regionais.

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A pesquisa que ainda está na fase da coleta de dados em campo e análises laboratoriais, é executado, inicialmente, nos municípios de Maués, distante 276 km de Manaus, e Manacapuru, a 68 km de distância da capital amazonense, onde se concentram os cultivos dos frutos guaraná e camu-camu, os quais agregam a meliponicultura – criação de abelhas nativas sem ferrão, atividade comumente realizada por agricultores familiares. 

De acordo com a bióloga e coordenadora do projeto, doutora em Ciências (Entomologia), Cristiane Krug, a proposta pretende avaliar e caracterizar o mel produzido por colônias de abelhas nativas sem ferrão da espécie Melipona (Michmelia) seminigra, associadas aos cultivos de guaraná e camu-camu, visando identificar características químicas herdadas do néctar das plantas, para agregar maior valor ao produto, e assim fortalecer o desenvolvimento da bioeconomia regional.  

“Estimular a associação da meliponicultura com cultivos regionais na Amazônia traz benefícios diretos para o meio ambiente, pois as abelhas visitam outras plantas próximas aos cultivos, atuando como agentes polinizadores e favorecendo os serviços ambientais locais. Além disso, a presença das abelhas nos cultivos exige que os agricultores tenham mais cuidado com agrotóxicos, reduzindo consideravelmente seu uso”, ressalta a coordenadora. 

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O projeto é estruturado por uma equipe inicial multidisciplinar de cinco mulheres, contando com engenheiras agrônomas, biólogas e farmacêuticas. 

Resultados

Entre os impactos positivos que poderão ser gerados com a pesquisa, Cristiane Krug destaca a melhoria na qualidade de vida para os agricultores envolvidos no projeto, que servirão de vitrine para outros produtores no estímulo à utilização de práticas agrícolas sustentáveis e valoração de produtos regionais emblemáticos da Amazônia; o estímulo à associação da meliponicultura com cultivos regionais na Amazônia trazendo benefícios diretos para o meio ambiente, como o retorno duplo ou acumulado ao produtor, além da geração de publicações científicas em revistas especializadas com os resultados do perfil palinológico, químico e físicoquímico do mel de guaraná e camu-camu. 

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