Uma pesquisa está analisando a extração sustentável de óleo a partir de árvores nativas. Uma delas é Louro Inamuí, comum em área de várzea do Médio Solimões.

A pesquisa está sendo desenvolvida em áreas de várzea da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), nos setores Jarauá, Horizonte e Mamirauá, sob a coordenação da bióloga, doutora Darlene Gris, do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM).

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O louro inamuí, tipo de árvore de bom porte, também é apreciado no mercado regional para produção de móveis e construção em geral dos ribeirinhos, desde que a extração da madeira seja de forma sustentável, segundo o IDSM.

De acordo com a pesquisadora, os resultados permitirão conhecer melhor os potenciais de uso do louro inamuí e as formas mais rentáveis e sustentáveis de obter esses óleos essenciais.

“Essas informações poderão auxiliar em futuros programas de manejo dessa e de outras espécies pelas comunidades ribeirinhas dessas localidades, trazendo uma nova fonte de renda baseada em produtos não madeireiros e mantendo a cultura dos ribeirinhos na obtenção de produtos naturais”, acrescentou Darlene Gris.

Os óleos essenciais investigados na pesquisa, além dos usos populares, passados de geração em geração, são também utilizados pela indústria farmacêutica como matéria-prima para medicamentos, cosméticos e perfumaria.

Estudos anteriores já mostraram que dessa espécie pode ser extraído o óleo de sassafrás, que possui grande destaque por ser fonte de safrol, uma substância amplamente utilizada pela indústria farmacêutica, especialmente no tratamento de artrite reumatoide, doenças respiratórias, entre outros.
 
Outro exemplo na família Lauraceae é Aniba rosiodora, o pau-rosa, de onde se obtém o linalol, um composto muito usado na perfumaria, o que levou a espécie à categoria de ameaçada.

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Impactos

Os impactos econômicos, a prospecção dos óleos essenciais produzidos pela espécie, a compreensão sobre a qualidade, variação e sobre as possibilidades de exploração desses óleos de louro inamuí nas várzeas da Amazônia Central servirão como base para futuros estudos relacionados ao manejo não madeireiro da espécie, permitindo que as comunidades explorem esse recurso de forma eficiente e sustentável, conforme a pesquisadora.

Quanto ao desenvolvimento ambiental, Darlene recomendou que seja fundamental propor métodos pouco invasivos de extração do óleo, o que se encaixa na ideia de valoração e manutenção das florestas em pé.

A pesquisa em campo sofreu um atraso devido às restrições da pandemia, mas já está na reta final.

Os inventários florestais foram concluídos, faltando apenas alguns meses de acompanhamento das fases fenológicas e uma das coletas de material (folhas, casca e frutos) para análise dos óleos essenciais na fase de cheia das várzeas.
 
Depois disso será iniciada a parte laboratorial para quantificação, identificação e análise dos compostos dos óleos essenciais, com previsão de terminar antes do fim deste ano.

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