Muitas mulheres decidem utilizar contraceptivos para ter o direito de escolher o melhor momento para engravidar ou para evitar uma gestação indesejada.

Em meio a tantas opções, desde contraceptivos orais e injetáveis e cirurgias, que são métodos irreversíveis, muitas dúvidas ainda surgem sobre qual seria o melhor a ser utilizado.

Um dos métodos que tem ganhado espaço é o Dispositivo Intrauterino (DIU). Mas, afinal, quais são os benefícios dele?

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Em entrevista ao Portal Norte, a Ginecologista obstetra Aida Fernandes esclareceu as principais dúvidas sobre o método.

De acordo com a médica, o DIU, além da praticidade, é um dos contraceptivos mais seguros e de longa duração.

“A eficácia do DIU é uma das mais altas, por volta de 99%. Claro que todo método tem um índice de falha, mas hoje ele é um dos métodos contraceptivos mais eficazes e mais seguros”, salientou.

Foto: divulgação- Ginecologista obstetra Aida Fernandes

Tipos

O DIU é ofertado com hormônio e sem hormônios.

“Temos os DIUs a base de hormônio e os não hormonais. Os hormonais são dispositivos intrauterino e, geralmente, têm validade de cinco anos. Ele vai trazer os benefícios que a terapia hormonal traz. Geralmente, a mulher vai ter a menstruação suprimida e com a supressão, todos aqueles sintomas que antecedem o período menstrual, a famosa TPM, enxaqueca, inchaço, cólicas intensas, dores lombares, dores nas pernas, tudo isso vem a ser tratado e amenizado”, explica Aida.

Existe também o DIU de cobre que não tem hormônio. Ele tem duração de 10 anos e é ofertado, gratuitamente, pelo SUS.

“Ele atua basicamente somente na contracepção e aí a mulher não vai ter essas vantagens [do tratamento hormonal]. O ciclo continua normal e tendo todo os sintomas que geralmente tem no ciclo menstrual. É voltado mais para a longa duração, contracepção e praticidade, para não ter que tomar aquelas doses diárias, mensal ou trimestral”, ressalta a médica.

Benefícios

Veja abaixo alguns benefícios do método:

– Não precisa ficar lembrando de tomar as doses periódicas;

– Ter a opção de escolher se quer ou não fazer o tratamento hormonal, além de prevenir a gravidez;

– Tratamento de longa duração;

– Eficaz;

– Mais qualidade de vida, segundo os médicos.

Riscos

Sobre os riscos, a ginecologista Aida Fernandes diz que o DIU não costuma causar problemas para a paciente. Um ponto que ela chama atenção é que pelo fato de o DIU ser um dispositivo “estranho” ao organismo, pode ocorrer de o corpo não se adaptar.

“A paciente pode não se adaptar porque logo no início, nos primeiros seis meses, o organismo pode estranhar a presença daquele objeto intrauterino. Aí pode ter um aumento do fluxo menstrual, das cólicas e contrações uterinas nos primeiros meses”, explicou.

Ainda sobre riscos, podem ocorrer corrimento e infecções.

“Há um risco baixo do aumento de corrimento vaginal, infecções, por causa da presença do fio guia que fica na vagina, mas nada que possa preocupar. Nesse caso, vai precisar ir com mais frequência ao consultório, para fazer acompanhamento”, diz a médica.

Quem pode usar?

A ginecologista salienta que quase todas as mulheres podem usar o DIU. Geralmente para as mulheres que já tiveram filhos não há contraindicação.

“Já as mulheres que nunca gestaram, precisam de um tamanho uterino mínimo pra colocar o DIU e isso vai variar de fabricante para fabricante”, explica Aida Fernandes.

Agora, quando se trata de mulheres que têm alguma patologia estrutural uterina, que possa atrapalhar a situação estrutural da cavidade da região, a situação deverá ser avaliada, caso a caso, por um profissional.

Projeto DIU Amazonas

O estado do Amazonas participa do programa de capacitação das equipes da Atenção Primária à Saúde (APS) do Ministério da Saúde para inserção do dispositivo intrauterino (DIU).

O programa considera a dificuldade de mulheres ribeirinhas e indígenas para terem acesso aos métodos contraceptivos devido à localização, muitas vezes em áreas remotas e distantes dos serviços de saúde.

O DIU é ofertado gratuitamente pelo SUS.

Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) o Estado já alcançou a marca de 1.154 dispositivos implantados.

– Tefé: 342

– Itacoatiara: 300

– Rio Preto da Eva: 119)

– Iranduba: 139

– Manacapuru: 135

– Uarini: 74

– Alvarães: 45

De acordo com a SES-AM, o projeto DIU Amazonas incluiu a realização de 21 atendimentos ginecológicos e três tratamentos hormonais com o método para endometriose. 

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