O projeto de pesquisa científica “Desenvolvimento de Metodologia Semi-Industrial para a Extração do Óleo Essencial de Jambu” está realizando a testagem de novos métodos para a retirada do óleo de jambu a partir dos caules, folhas e flores da planta.

O estudo científico é coordenado pelo doutor em Física Química, Sergio Duvoisin Junior, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

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Um dos resultados obtidos pela pesquisa foi a elaboração de um extrator que possibilita maior percentual de produtividade e rendimento do óleo bruto do vegetal, supervalorizado pelas indústrias farmacêutica e cosmética.

“Foram obtidos os parâmetros de trabalho para este extrator piloto com um rendimento de óleo bruto na faixa de 0,5 a 0,8% do material seco. Embora tenha sido um rendimento aparentemente pequeno, a maioria dos vegetais que possuem óleos essenciais produzem um rendimento entre 1 e 2%, sendo muitos com rendimentos inferiores a 0,5%. Este também é um dos motivos da valorização elevada destes insumos, explicou Sergio.

Ainda de acordo com o pesquisador, o produto também possui elevado valor monetário graças ao seu principal princípio ativo, o espilantol, molécula encontrada no óleo do jambu que provoca a conhecida sensação de dormência após o consumo do vegetal.

Deste modo, atualmente, o valor do quilo de óleo bruto de jambu no mercado atinge a expressiva marca de R$ 10.000, e 25 miligramas do espilantol pode ser comercializado por até R$ 3.800, comentou o pesquisador, salientando ainda que este tipo de óleo natural desperta muito interesse da comunidade cientifica, que investiga os seus efeitos anestésicos e anti-inflamatórios.

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Conhecimento

Além de obter uma forma mais eficiente e mais produtiva de extrair o óleo de caules, folhas e flores do jambu, a pesquisa também buscou enriquecer o conhecimento científico em torno da flora amazônica.

“Apenas a procura do mercado por estes insumos já justificaria o trabalho, entretanto, ainda estamos formando pessoal especializado na utilização da biodiversidade amazônica, o que é extremamente importante a longo prazo, uma vez que temos que diversificar a economia local, e nada mais óbvio que desfrutar desta imensa biodiversidade que temos à disposição”, contou.

Equipe e ideia

Ao todo, oito alunos e pesquisadores dos cursos de Engenharia Química e Química da UEA, da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) participaram do projeto, iniciado no segundo semestre de 2019.

Um dos alunos que integraram o projeto está com a ideia de transformar os conhecimentos proporcionados pela pesquisa em uma futura startup para produção deste insumo típico da culinária amazônica.

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