Ícone do site Portal Norte

‘Buscas por indigenista e jornalista inglês por parte do governo do Amazonas é tardia’ diz Univaja

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) realizou na tarde desta terça-feira, 7, uma entrevista coletiva para falar sobre o andamento das buscas pelo jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal Guardian, e do indigenista, Bruno Pereira, funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai). 

– Envie esta notícia no seu WhatsApp

– Envie esta notícia no seu Telegram

A dupla desapareceu no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, a 1.138 km de Manaus, na manhã do último domingo, 5.

Na coletiva, o assessor jurídico da Univaja, Yura Mrubo, reclamou que só após a notícia do desaparecimento do jornalista inglês, Dom Phillips, sair na mídia internacional é que as autoridades brasileiras começaram a tomar conta da dimensão do problema. 

“Com isso, as autoridades foram forçadas a realizar as buscas. Os desaparecimentos ocorreram no domingo, e somente na tarde desta terça-feira é que uma equipe de segurança pública do Estado do Amazonas está partindo para o município de Atalaia do Norte”. 

Mrubo explicou que os desaparecimentos do indigenista Bruno e do jornalista inglês aconteceram no percurso do retorno do Vale do Javari. 

“Eles saíram às 6h do Jaburu e deveriam chegar em Atalaia do Norte às 8h. Uma vez que eles estavam em um motor de 40 HP e esse percurso só duraria 2h, não mais do que isso”. 

As primeiras buscas 

Por conta dos desaparecimentos, a Univaja acionou de imediato uma equipe de mais 60 pessoas para realizar as buscas. 

“E ao fazer todo o trajeto, a equipe não obteve êxito”, lamentou o assessor.  

Após as primeiras buscas, Mrubo disse que a Univaja comunicou às autoridades competentes para que tomassem as devidas providências.   

Foram acionados a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia Federal, o Exército Brasileiro, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil de Atalaia do Norte. 

“Todavia o retorno do Governo Federal e do Governo do Estado para as buscas foi tardio, somente dois dias depois”, lamentou. 

O assessor disse ainda, que a cheia do rio e o local isolado dificultaram as buscas iniciais. 

______________________

RELACIONADAS

VÍDEO: SSP-AM envia reforço policial para intensificar buscas por jornalista e indigenista desaparecidos na Amazônia

PGR e ministro da Justiça discutem providências sobre desaparecimento de indigenista e jornalista na Amazônia

Polícia Federal é acionada após desaparecimento de indigenista e jornalista no Amazonas

+ Testemunhas que tiveram último contato com indigenista e jornalista inglês desaparecidos na Amazônia são ouvidas pela PF

Polícia Federal detém dois suspeitos ligados ao sumiço de jornalista inglês e indigenista no AM

______________________

Problemas da região 

Mrubo ressaltou que há informação de que eles, Bruno e Dom Phillips, vinham recebendo ameaças antes de desaparecerem. 

O assessor disse ainda, que a região do Vale do Javari é tomada por traficantes, madeireiros, empresários, pescadores e de mineradoras, que adentraram irregularmente na terra indígena por conta da inércia do Estado.

“Nós não temos o poder de polícia instalados nesta região. O que recai aos povos indígenas o papel de fazer a fiscalização, o controle,  a apreensão e a apresentação desses criminosos junto às autoridades. O estado brasileiro não tem poder sobre esses locais, o que faz com que a criminalidade fique imperando até o momento”.   

Sobre a Funai

Mrubo também questionou a funcionalidade da Funai na segurança das terras índigenas. 

“Nós temos aí uma Funai obsoleta, sucateada e ao mesmo tempo falida. E tem poucos profissionais para uma logística que não se adequam mais com a realidade para o trabalho em terras indígenas”. 

O assessor concluiu que a Funai possui poucos funcionários especialistas, como Bruno Pereira, que têm o conhecimento de terras índigenas como a Vale do Javari.    

Interesse particular 

Em nota, a Funai disse na segunda-feira, 6, que “Bruno da Cunha Araújo Pereira, integrante do quadro de servidores da Fundação, não estava na região em missão institucional, dado que se encontra de licença para tratar de interesses particulares”.

SSP-AM

O Portal Norte entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

____________________________________

 

ACESSE TAMBÉM MAIS LIDAS

 

 
 

 
 

 
 

 
 

 

 

 

 

Sair da versão mobile