O número de óbitos no Amazonas voltou ao patamar anterior à pandemia da Covid-19. É o que revelou nesta quarta-feira (24) a Associação dos Notários e Registradores do Estado do Amazonas (Anoreg/AM).

Mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e septicemia ainda crescem no Estado.

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Os números do levantamento sobre óbitos foram obtidos a partir de um levantamento realizado pela Anoreg/AM junto aos cartórios de registro civil do estado.

Os dados apontam que o número de mortes em 2022 é apenas 0,6% maior que o registrado em 2019. Ele também é menor que o crescimento anual médio de óbitos registrados no estado antes da doença causada pelo coronavírus.

O resultado da análise consta no Portal de Transparência do Registro Civil, administrado pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).

No site da entidade é possível ter acesso, em tempo real, a atos de nascimentos, casamentos e óbitos registrados pelos 7.658 cartórios de registro civil e cruzados com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utiliza como base os dados dos próprios cartórios brasileiros.

Número de óbitos no AM

No Amazonas, em números absolutos, foram registrados, entre janeiro e outubro de 2022, 14.154 óbitos, número 0,6% maior que os 14.059 ocorridos nos 10 primeiros meses de 2019, antes da chegada da Covid-19.

Na comparação desse ano com os números dos anos onde a pandemia esteve no auge no país, verifica-se uma redução de 36%, quando o ano de 2021 totalizou 22.164 mortes. Em relação a 2020, a redução foi de 17%, com um total de 17.113 óbitos.

O número de óbitos em 2022 é ainda menor quando comparado em relação à média da evolução de mortes ano a ano no Amazonas, que variou, em média, 3,8% entre 2010 e 2019.

Durante este período, a maior variação no número de óbitos no Amazonas tinha ocorrido em 2011, quando registrou crescimento de 8,9%.

Com exceção aos anos de 2020 e 2021, auge da pandemia no estado, quando os óbitos cresceram 21,7% e 29,5% de um ano para o outro, o número de mortes em território amazonense mostra um retorno à normalidade após dois anos de alto número de falecimentos.

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Mortes por Covid-19 e SRAG

Com o aumento da vacinação e o maior controle da pandemia, a Covid-19 deixou de liderar o ranking de mortes por doenças no estado, apresentando queda de 93,4% entre janeiro e outubro de 2022 em relação ao ano passado.

Em 2021, no período analisado, foram registradas 6.730 mortes causadas pelo novo coronavírus frente a 443 neste ano.

No entanto, outras doenças, algumas delas relacionadas a sequelas da doença, passaram a registrar crescimento diferenciado no país.

Um número que chama atenção no levantamento diz respeito ao número de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Comparando 2019 e 2022, houve um salto de 580% nos registros de óbitos por esta doença respiratória.

Em números absolutos, foram contabilizadas 211 mortes por SRAG nos 10 primeiros meses deste ano frente a 31 registros para o mesmo período de 2019.

No entanto, em relação ao ano passado, houve diminuição de 76,8% no número de óbitos, quando ocorreram 912 registros de mortes por esta doença.

Septicemia

Outra doença que apresentou crescimento em 2022 foram as mortes por septicemia, que registraram aumento de 17,2% de janeiro a outubro de 2022 em relação ao mesmo período de 2019.

Neste ano foram computadas 1.534 mortes causadas pela infecção generalizada grave do organismo, enquanto em 2019 foram 1.308 óbitos no mesmo período.

Já no anos auge da pandemia, 2021 e 2020, foram catalogados 1.544 e 1.391 óbitos, respectivamente, por este tipo de doença, representando uma redução em 2022 de 0,6% em relação a 2021 e de 21,9% em relação a 2020.

O número de óbitos por pneumonia se manteve similar, registrando 1.500 entre janeiro e outubro de 2021 e 1.457 no mesmo período deste ano.

Em 2020, foram 1.817 mortes pela doença nos 10 primeiros meses do ano, enquanto 2019 registrou 1.478 óbitos causados por pneumonia.

O número de mortes pela doença apresentou leve redução de 1,4% entre janeiro e outubro deste ano em comparação ao mesmo período de 2019, quando ainda não havia pandemia.

O número atual é 2,8% menor que o registrado no mesmo período de 2021 e 1,4% menor que em 2020, ápice do coronavírus.