A terceira audiência pública sobre a implantação do aterro sanitário em Iranduba, a 27 km de Manaus, foi realizada neste domingo (22), na Escola Estadual de Tempo Integral Maria Izabel Xavier Desterro e Silva, localizada no Km 1, da rodovia Carlos Braga (AM-070).

A audiência foi promovida pela empresa Norte Ambiental e pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e contou com participação de 350 pessoas, entre moradores e representantes de entidades civis e públicas municipais e estaduais.

+ Envie esta notícia no seu WhatsApp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

A implantação do aterro sanitário prevê solução definitiva para o problema da destinação final de resíduos sólidos e o fim do lixão irregular no município.

Prazo

O Ipaam definiu o prazo de 30 dias, a contar desta segunda-feira (23), para emitir um parecer final, ou solicitar a complementação de novas informações e dados, sobre o projeto para implantação de um aterro sanitário em Iranduba.

De acordo com a analista do Ipaam que mediou as três audiências, Maria do Carmo Santos, o projeto do aterro agora será analisado por uma comissão multidisciplinar que irá checar as informações e dados.

Se não tiver nenhum outro questionamento, o órgão irá emitir a licença prévia para implantação do projeto.

O projeto será o primeiro no Amazonas e na Região Norte que irá operar de acordo com a legislação sanitária e ambiental, colocando o Estado na dianteira das ações do setor no país.

RELACIONADAS

+ Lixão Zero: programa já encerrou mais de 800 lixões em todo o Brasil

+ Com lixão em situação preocupante, Tapauá-AM proíbe descarte de resíduos na AM-366

+ Em Iranduba-AM, moradores fazem abaixo-assinado pedindo o fim do lixão irregular no município

+ VÍDEO: danos de lixão a céu aberto são ignorados em Iranduba-AM

+ Especialista explica vantagens de aterro sanitário em Iranduba, no Amazonas

+ Em Iranduba-AM, audiência pública irá debater neste sábado projeto do aterro sanitário

Na abertura da audiência pública, o presidente do Ipaam, Juliano Valente, explicou a importância do encontro para esclarecer aos moradores do município sobre o aterro.

Valente também falou sobre a diferença entre o aterro e o lixão, que atualmente recebe todos os resíduos produzidos.

“Não estamos aqui discutindo lixão, porque o Ipaam não avalia e licencia lixão. Estamos falando de um projeto, do aterro, com normas e procedimentos e que caso aprovado estará sujeito a fiscalização”, destacou o presidente Valente.

Tumulto

Durante a audiência, os manifestantes contrários a construção do aterro agrediam verbalmente e atrapalhavam as apresentações dos profissionais que faziam e mostravam as características técnicas do aterro.

Os manifestantes também ameaçaram e interromperam a participação do vereador Eudes Fernandes.

Audiência chegou ao final sem outras confusões maiores, ao contrário do que aconteceu na segunda reunião, em março do ano passado, que foi suspensa após uma série de agressões físicas e verbais promovidas por estes manifestantes e que interromperam o encontro.

Respostas

Em sua apresentação sobre o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA /Rima) do aterro, o especialista em Economia Ambiental e Finanças Públicas, presidente do Instituto Piatam e consultor do projeto, Alexandre Rivas, esclareceu dúvidas sobre o processo de impermeabilização do solo do aterro, que evita qualquer tipo de contaminação de lençóis freáticos e da terra com os resíduos descartados e sobre o processo de transporte e armazenamento que impossibilita a contaminação do ar com mal cheiro e também o surgimento de animais como ratos e urubus.

“Além de todas as conquistas ambientais e para a saúde da população de Iranduba, o projeto é privado, sem custos para os cofres públicos e irá gerar empregos e renda para o município”, acrescentou Rivas.

Entre os apoiadores do projeto, a moradora de uma comunidade próxima ao atual lixão irregular, Rosane Correia, questionou aos demais participantes da audiência.

“Para onde vocês acham que vai o lixo que produzem nas suas casas todo dia? Eu respondo: uma parte vai para um lixão no Cacau Pirêra e a maior parte é jogada no lixão do Km 8, que está afetando a vida de todos que moram na região e já está contaminando o balneário do Sagui Mirim e a comunidade do São José, inclusive uma escola que retira a água de um poço artesiano. O aterro é a única solução para esses problemas”, afirmou Rosane.

A represente da Norte Ambiental Cristina Pietzsch avaliou como ‘positivo’ o resultado da terceira audiência.

“Foi muito esclarecedora, pois a população entendeu que estamos propondo um aterro e que está é o caminho mais viável, sustentável e responsável para tratar de resíduos e também para a sociedade e para a fauna e flora da região”.