Os acusados pelo assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira voltaram atrás na confissão que tinham feito à polícia e passaram a alegar legítima defesa.
No caso Dom e Bruno, os suspeitos foram ouvidos em audiência à Justiça Federal nesta segunda-feira (8), em Tabatinga, a 1.106 de Manaus.
Os réus afirmaram que Bruno teria atirado primeiro.
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O advogado da família de Dom, Rafael Fagundes, disse em entrevista a Agência Brasil, no depoimento que prestaram à polícia, os acusados haviam confessado que atiraram primeiro.
“Esse movimento é natural. É direito deles se defender, ainda que a versão que eles tenham apresentado não se sustente, nem do ponto de vista lógico, nem do ponto de vista das provas dos autos”, destacou o advogado.
Audiência
A audiência ocorreu por videoconferência, já que os acusados Amarildo da Costa Oliveira, Oseney Costa de Oliveira e Jeferson da Silva Lima estão presos em presídios federais.
O primeiro está em Catanduvas, no Paraná, e os outros dois em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.
Este foi o primeiro depoimento dos acusados à Justiça. Eles foram os últimos a serem ouvidos no processo.
Depoimentos de testemunhas já tinham sido colhidos em audiências anteriores. Segundo o advogado, “a única versão dissonante [de que eles são culpados] é a que foi dada pelos parentes dos acusados, que sequer prestaram compromisso de dizer a verdade”.
Fagundes informou que agora as partes envolvidas no processo vão requerer suas últimas provas, podendo pedir novas diligências, como juntada de documentos, expedição de ofícios, requerimento de informações.
Depois o juiz decidirá se os acusados irão a júri popular. No entanto, não há prazo para essa decisão.
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Caso Dom e Bruno
Bruno e Dom desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação na Amazônia.
Eles foram vistos pela última vez no dia 5 de junho, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael.
De lá, seguiam para a cidade de Atalaia do Norte.
A viagem de 72 quilômetros deveria durar apenas duas horas, mas eles nunca chegaram ao destino.
Os restos mortais deles foram achados em 15 de junho.
As vítimas teriam sido mortas a tiros e os corpos, esquartejados, queimados e enterrados.
Segundo laudo de peritos da PF, Bruno foi atingido por três disparos, dois no tórax e um na cabeça. Já Dom foi baleado uma vez, no tórax.
A polícia achou os restos mortais dos dois após Amarildo da Costa Oliveira confessar envolvimento nos assassinatos e indicar onde os corpos estavam.