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Defensor pede intervenção federal devido ‘inação do AM’ sobre queimadas

Defensoria do AM solicita intervenção federal devido 'inação do estado' sobre queimadas

Fumaça que toma conta da capital Manaus devido às queimadas - Foto: SANDRO PEREIRA/ ESTADÃO CONTEÚDO

Em representação feita pelo Defensor Público do Amazonas, Carlos Almeida, nessa quinta-feira (12), o representante solicita a Procuradoria Geral da União intervenção federal devido à “inação do estado” às consequências das queimadas na região.

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No documento, o defensor cita que a população do Amazonas, principalmente da Região Metropolitana, “tem sofrido há meses com os efeitos climáticos das recorrentes queimadas na região”.

Segundo Almeida, o agir “noticiado pelo Estado não tem sido minimamente suficiente para impedir que gigantescas queimadas ocorrem, pois a capacidade administrativa do Estado tem se mostrado cosmética e absolutamente ineficiente”.

No decorrer da representação, as justificativas para a intervenção são baseados nos acontecimentos recentes vistos no Amazonas.

O defensor relembra que o Governo decretou estado de emergência ambiental após registro de 4.127 focos de queimadas nos primeiros doze dias de setembro.

Entretanto, desde a divulgação da medida, ele enfatiza que a “população vem assistindo estarrecida o aumento exponencial do número de queimadas no Amazonas”.

“O decreto, segundo anunciado pelo chefe do executivo estadual, teria por 3 objetivo a redução dos impactos do desmatamento ilegal e das queimadas na região através da articulação de diversos órgãos ambientais, além do destinamento de R$ 1,1 milhões para a remuneração de brigadistas que atuariam no chamado “arco do desmatamento”, relembra o documento.

Além disso, nos primeiros 10 dias de outubro foram registrados 2.648 focos de calor, “recorde histórico no estado”.

Almeida aponta, portanto, a fumaça que vem tomando conta de Manaus há vários dias consecutivos, decorrente das queimadas ao redor da capital.

“Cumpre frisar: os eventos transcorridos em toda a extensão territorial do estado não podem ser atribuídos exclusivamente à estiagem provocada pelo tradicional verão amazônico, e tampouco ao fenômeno climático do El Niño”, enfatiza.

Há, segundo o defensor, uma “ausência de ações estruturantes por parte do Governo”, o que contribui para o aumento das queimadas.

Qualidade do ar

Além dos focos de queimada citados, a Carlos Almeida enfatiza sobre a questão da qualidade do ar em Manaus e a fumaça que prejudicial à saúde humana, conforme aponta os dados.

No dia 21 de setembro, a cidade chegou ao topo do ranking das cidades com pior qualidade de ar do mundo.

Manaus voltou a lista novamente na última quarta-feira (11), registrando a segunda pior qualidade do mundo no sistema de monitoramento da World Air Pollution.

“Em determinado momento, respirar em Manaus chegou a ser considerado “perigoso”: em uma escala de poluição que considera como ar de boa qualidade aquele com níveis de até 50 up/m³, e de qualidade perigosa os níveis a partir de 300 up/m³, a cidade chegou a registrar 459 up/m³”, descreveu.

Os números, conforme a representação, demonstram a situação “calamitosa da qual padece a população amazonense e, acima de tudo, a inexistência de atuação efetiva do governo local”.

Almeida faz referência a crise de saúde decorrente da covid-19 em 2021, quando ocorreu falta de oxigênio nos hospitais da capital.

“[…] O que se configura, aqui no Amazonas, em mais uma crise do oxigênio, talvez tão grave quanto à ocorrida em janeiro de 2021, quando a mesma gestão ineficiente fez morrer asfixiadas pessoas em Manaus”.

A representação finaliza com a solicitação de que a União intervenha “drasticamente” e responsabilizando os culpados.

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