Nesta segunda-feira (13), Erick Moura, Diretor de Infraestrutura Aquaviária do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), falou sobre as secas dos rios amazonenses e classificou a situação como ‘terremoto aquaviário‘.

+ Envie esta notícia no seu WhatsApp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

O webinar “Diálogos Amazônicos”, foi organizado pelo FGV (Fundação Getulio Vargas), contou também com a participação de Luis Resano, diretor da ABAC (Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem).

terremoto-aquaviário-rios-amazonenses
A conversa foi mediada por Márcio Holland, Doutor em Economia – Foto: Reprodução/Youtube FGV

Chamado para falar sobre o planejamento e soluções sobre a seca que os rios amazonenses enfrentam, o diretor classificou como ‘terremoto’ justamente pela gravidade do problema.

“Na hora de alertar as autoridades, eu reportei aos ministros [do Ministério de Portos e Aeroportos] e falei no impacto disso há uns dois meses porque estava se encaminhando para isso”, disse Moura.

Durante a seca muitos portos públicos de exportação e importação da região Norte ficaram interditados pela falta de água, impedindo os navios de transitarem com insumos e produtos.

Após o reporte, foram percebidos diversos problemas de engenharia nos locais, de acordo com o diretor do DNIT.

Movimentação de contêineres

Segundo informações de Luis Resano, a capital amazonense, Manaus, é o segundo porto de movimentação de contêineres do Brasil, ficando atrás apenas o porto de Santos, em São Paulo.

De acordo com o especialista, esse dado mostra a extrema importância da relação dos portos de Manaus com o Sudeste.

“A gente sabe que a Zona Franca produz ar-condicionado, celulares, motocicletas, entre outros eletrônicos; mas um dos principais consumidores é o Sudeste”. Diz o diretor da ABAC.

Resano reitera que é necessário manter o fluxo logístico para que as cargas possam chegar ao Sudeste. “São 15 mil contêineres por mês que saem e 15 mil que entram do porto de Manaus”, afirma.

Ainda segundo o representante da ABAC, as empresas de navegação estão há quatro semanas sem ir a Manaus, o que prejudica o abastecimento de matéria prima e o principal: os alimentos.

Questionado sobre as soluções efetivas de enfrentamento à seca, Moura comenta que o planejamento está feito, mas que ainda falta a implementação do governo, porém não citou quais seriam esses planos.

“Aí a gente tem que seguir o ritmo do governo, eu não posso antecipar. A gente já tem as questões técnicas para estruturar uma política; posso dizer que tecnicamente a gente tá estruturando os elementos para que isso se torne um programa do governo”, afirma Moura.

Tanto Moura quanto Resano concordam que a baixa nos níveis dos rios está relacionada ao Fenômeno El Niño, que potencializado por ações humanas, geram aquecimento ainda maior da Terra.

RELACIONADAS:

+ Seca do AM: mais 143 toneladas de alimentos são enviadas para ribeirinhos

+ El Niño: chuvas acima da média no Sul e abaixo no Norte até janeiro

+ Seca no AM: Manaus inicia segunda etapa da operação ‘Estiagem’