O aumento das queimadas no Amazonas tem impactado a qualidade do ar em várias cidades, incluindo Manaus. Entretanto, na manhã desta segunda-feira (26), o céu da capital ainda se mantém “limpo”.
Conforme o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (SELVA) da Universidade do Estado do Amazonas, a poluição do ar em Manaus está classificada como “moderada”.
As concentrações de partículas no ar variam entre 26 e 43 micrômetros por metro cúbico (µg/m³), dentro dos limites considerados aceitáveis para uma qualidade do ar moderada, que vai de 25 a 50 µg/m³.
Além disso, na semana passada, o Ministério Público do Amazonas (MPAM) informou que fornecerá sensores para monitorar a qualidade do ar.
Qualidade do ar nos municípios do AM
No interior do estado, as condições ambientais são ainda mais críticas. Municípios como Humaitá, Pauini e Itamarati registram os piores índices de poluição, com concentrações de partículas atingindo 308, 259 e 233 µg/m³, respectivamente, todos classificados como “péssimos”.
Outras cidades também apresentam qualidade do ar significativamente comprometida, como:
- Amaturá: 198 µg/m³ (“péssimo”);
- Lábrea: 158 µg/m³ (“péssimo”);
- Tefé: 158 µg/m³ (“péssimo”);
- Uarini: 146 µg/m³ (“péssimo”);
- Manicoré: 132 µg/m³ (“péssimo”);
- Eirunepé: 132 µg/m³ (“péssimo”);
- Careiro da Várzea: 83 µg/m³ (“muito ruim”);
- Beruri: 73 µg/m³ (“ruim”);
- Manacapuru: 71 µg/m³ (“ruim”);
- Apuí: 66 µg/m³ (“ruim”);
- Anori: 65 µg/m³ (“ruim”); e
- Anamã: 52 µg/m³ (“ruim”).
Queimadas na Amazonas
Os incêndios florestais no estado atingiram níveis recordes, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
No último sábado (24), foram identificados mais de 7 mil focos de calor, comparados a 4 mil no mesmo período em 2023. Em julho, o estado registrou o maior número de queimadas em 26 anos.
Contudo, a maioria dos focos de calor se concentra na região sul do Amazonas, uma área com forte presença de pecuária.
Ademais, ainda segundo o Inpe, nos primeiros 20 dias de agosto, o estado registrou 5.489 focos de calor, um aumento de 135% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 2.332 focos.
Seca
O Amazonas enfrenta uma crise ambiental severa devido à combinação de seca nos rios e queimadas. Dados divulgados pelo governo estadual em agosto revelam que a seca já impacta cerca de 290 mil pessoas.
As cidades estão com dificuldades para receber insumos, há aumento no custo de produtos, e comunidades indígenas e ribeirinhas correm o risco de ficar isoladas.
Em Manaus, o Rio Negro registrou uma queda de quase dois metros apenas em agosto deste ano, atingindo níveis críticos de vazante. Na sexta-feira (23), o nível do rio foi medido em 21,93 metros, conforme dados do Porto da capital. Na mesma data, em 2023, o nível estava em 24,83 metros.
Situações semelhantes são observadas nas bacias do Alto Solimões, Médio Solimões e Médio Amazonas, de acordo com o monitoramento da Praticagem dos Rios Ocidentais da Amazônia (PROA), na sexta-feira (23):
- Em Tabatinga, no Alto Solimões, o nível do Rio Solimões era de 4 centímetros;
- Em Coari, no Médio Solimões, as águas mediam 6,46 metros; e
- Em Itacoatiara, no Médio Amazonas, o Rio Amazonas estava em 8,22 metros.
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