O aumento das queimadas no Amazonas tem afetado a qualidade do ar em diversas cidades, inclusive em Manaus. Como resultado, a capital amanheceu coberta por fumaça nesta terça-feira (27).

De acordo com o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (SELVA) da Universidade do Estado do Amazonas, a poluição do ar em Manaus foi classificada como “muito ruim” e “péssima”.

As medições indicam que a concentração de partículas no ar varia entre 88 e 133 micrômetros por metro cúbico (µg/m³). A classificação “muito ruim” ocorre quando os níveis estão entre 75 e 125 µg/m³, enquanto a qualidade do ar é considerada “péssima” entre 126 e 160 µg/m³.

Ademais, na semana passada, o Ministério Público do Amazonas (MPAM) anunciou a disponibilização de sensores para monitorar a qualidade do ar.

Qualidade do ar nos municípios do AM

A situação ambiental no interior do Amazonas continua preocupante. Diversos municípios enfrentam níveis alarmantes de poluição do ar.

Lábrea, Boca do Acre, Humaitá e Itamarati apresentam os índices mais críticos, com concentrações de partículas de 503, 314, 284 e 272 µg/m³, respectivamente. Assim, todos esses municípios estão enquadrados na categoria “péssimo”.

No entanto, outras cidades também enfrentam problemas significativos na qualidade do ar, como:

  • Pauini: 269 µg/m³ (“péssimo”);
  • Apuí: 232 µg/m³ (“péssimo”);
  • Borba: 225 µg/m³ (“péssimo”);
  • Autazes: 197 µg/m³ (“péssimo”);
  • Nova Olinda do Norte: 189 µg/m³ (“péssimo”);
  • Anori: 179 µg/m³ (“péssimo”);
  • Jutaí: 178 µg/m³ (“péssimo”);
  • Manicoré: 174 µg/m³ (“péssimo”);
  • Amaturá: 172 µg/m³ (“péssimo”);
  • Tonantins: 165 µg/m³ (“péssimo”);
  • Tefé: 165 µg/m³ (“péssimo”);
  • Uarini: 163 µg/m³ (“péssimo”);
  • Atalaia do Norte: 154 µg/m³ (“péssimo”);
  • Eirunepé: 140 µg/m³ (“péssimo”);
  • Anamã: 128 µg/m³ (“péssimo”);
  • Beruri: 127 µg/m³ (“péssimo”);
  • Itacoatiara: 121 µg/m³ (“muito ruim”);
  • Manacapuru: 117 µg/m³ (“muito ruim”);
  • Manaquiri: 110 µg/m³ (“muito ruim”);
  • Careiro da Várzea: 103 µg/m³ (“muito ruim”);
  • Iranduba: 102 µg/m³ (“muito ruim”);
  • Silves: 82 µg/m³ (“muito ruim”);
  • São Sebastião do Uatumã: 75 µg/m³ (“ruim”);
  • Urucará: 72 µg/m³ (“ruim”).

Incêndios no AM atingem níveis recordes

O estado do Amazonas registrou um aumento significativo nos incêndios florestais, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

No sábado (24), foram detectados mais de 7 mil focos de calor, o que representa um salto expressivo em relação aos 4 mil registrados no mesmo período de 2023. Além disso, julho também se destacou como o mês com o maior número de queimadas em 26 anos.

A maior parte desses focos está concentrada na região sul do Amazonas, uma área marcada pela atividade pecuária.

Contudo, os primeiros 20 dias de agosto, o estado contabilizou 5.489 focos de calor, o que representa um aumento de 135% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registrados 2.332 focos.

Seca

O Amazonas enfrenta uma grave crise ambiental causada pela combinação de seca e queimadas. Em agosto, o governo estadual informou que aproximadamente 290 mil pessoas já foram afetadas pela seca.

Em Manaus, o Rio Negro sofreu uma redução de quase dois metros apenas no mês de agosto deste ano, atingindo níveis críticos. Na sexta-feira (23), o rio registrou 21,93 metros, conforme dados do Porto de Manaus, enquanto na mesma data em 2023, o nível estava em 24,83 metros.

Por fim, o monitoramento da Praticagem dos Rios Ocidentais da Amazônia (PROA) observou problemas semelhantes nas bacias do Alto Solimões, Médio Solimões e Médio Amazonas também na sexta-feira (23).

  • Em Tabatinga, no Alto Solimões, o Rio Solimões estava com 4 centímetros;
  • Em Coari, no Médio Solimões, a profundidade era de 6,46 metros; e
  • Em Itacoatiara, no Médio Amazonas, o Rio Amazonas marcava 8,22 metros.

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