Satélites voltam a registrar a presença da fumaça das queimadas da Amazônia em Santa Catarina, o que eleva o nível de alerta para a qualidade do ar, que já é considerada “insalubre” em diversas regiões do estado, segundo monitoramento em tempo real da empresa suíça IQAir.

A situação, registrada na terça-feira (3), se agrava com o aumento dos incêndios florestais no país. A Defesa Civil estadual alerta que a condição persistirá até que os focos de fogo sejam controlados ou que as chuvas retornem, previstas para o período entre a primavera e o verão.

O céu esbranquiçado e a qualidade do ar prejudicada são reflexos de um “corredor de fumaça” que se formou devido ao intenso número de incêndios registrados desde o início de agosto.

De acordo com a MetSul Meteorologia, a fumaça tem origem principalmente no Sul da Amazônia, especialmente no chamado “arco do desmatamento”, que abrange áreas do Amazonas, Rondônia e Bolívia.

Corredor de fumaça

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelam que o Brasil registrou 68.635 focos de queimadas em agosto, com mais de 80% concentrados na Amazônia e no Cerrado, tornando esse o pior resultado para o mês desde 2010.

A poluição atmosférica chega ao Oeste de Santa Catarina impulsionada por correntes de vento, particularmente pelo Jato de Baixos Níveis (JBN), um fluxo de calor e umidade proveniente da Amazônia.

Segundo a Defesa Civil, esse transporte de fumaça é intensificado em condições pré-frontais, que ocorrem nos dias que antecedem a chegada de frentes frias ao Sul do Brasil.

A alternância entre uma estação seca (outono e inverno) e uma chuvosa (primavera e verão) na Amazônia e região central do Brasil é comum, mas o aumento expressivo das queimadas neste ano, agravado por uma estação chuvosa anterior mais seca do que o normal, tem intensificado a crise.

Diante desse cenário, a Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina recomenda que a população tome medidas para mitigar os efeitos da poluição, como beber bastante água, evitar atividades físicas intensas ao ar livre e monitorar possíveis sintomas de irritação respiratória, que podem ser mais severos em crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias ou cardíacas.

Em caso de agravamento dos sintomas, é essencial buscar atendimento médico. A Defesa Civil também orienta a população a se manter informada sobre a qualidade do ar por meio dos canais oficiais do governo.

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