Viralizou nesta quarta-feira (21) o vídeo do resgate de um boto tucuxi no Amazonas e a cena relembrou a tragédia de 2023. No ano passado mais de 100 botos morreram por conta do período de seca, que foi um dos mais severos da história.

O cenário alarmante de 2023 sinaliza para uma possível pior seca em 2024, que já sinaliza vazante. Segundo o 33º Boletim de Alerta Hidrológico da Bacia do Amazonas, o rio Negro está 90 cm abaixo da normalidade para época.

O cenário de águas rasas já apresenta suas possíveis consequências, como é o caso do animal encalhado. No vídeo recente, feito no Rio Madeira, um pescador aparece resgatando o boto tucuxi e o colocando em uma área com mais água.

Assista vídeo aqui.

No ano passado, que registrou recordes de mortes de botos, a maioria das causas estava associada às altas temperaturas das águas. O veterinário Gabriel Guimarães, especialista em animais exóticos, há correlação entre as águas quentes e os botos encalhados.

Águas superaquecidas e morte de botos

Em 2023, as águas dos rios chegaram à quase 40º. Segundo o especialista, esse tipo de animal não tem o corpo preparado para essas temperaturas, aguentando até 36º.

Com o calor acima do suportável, os botos começam a apresentar comportamento atordoado. Desorientados, eles podem cair em lugares rasos, potencializados pela estiagem, e não saírem.

“Esses animais não estão com nenhum tipo de problema, já foi feita a análise de animais resgatados e das carcaças recolhidas… e o que acontece é que, devido à estiagem, vem com ela altas temperaturas e isso faz com que os animais, que não estão acostumados a essas altas temperaturas, eles acabem ficando desnorteados”, explicou.

Como resgatar boto?

Gabriel ressalta que o pescador agiu por impulso e que “qualquer ajuda é bem-vinda”, mas que há um jeito correto de realizar esse tipo de resgate.

A fim de evitar o estresse e transportar o animal com menos choque, a indicação é que uma toalha seja umedecida e enrolada no corpo do boto.

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