A Americanas S.A. entrou com pedido de recuperação judicial a 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (19). As dívidas da empresa somam R$ 43 bilhões e envolvem credores financeiros, trabalhistas e fornecedores.
+ Envie esta notícia no seu WhatsApp
+ Envie esta notícia no seu Telegram
O pedido da varejista é uma trégua que a companhia pede à Justiça para não pagar suas dívidas enquanto tenta se recuperar.
Segundo a empresa, a quantia em caixa estaria em R$ 800 milhões – valor significativamente menor do que os R$ 8,6 bilhões reportados no terceiro trimestre de 2022.
Conforme a Americanas, boa parte do recurso está “injustificadamente indisponível para a movimentação da companhia desde ontem (quarta)”.
O único credor que ficou de fora foi o banco BTG, porque obteve uma liminar na Justiça.
O banco é um dos credores mais expostos à dívida da varejista, que identificou rombo contábil de R$ 20 bilhões.
A crise da Americanas foi detonada por uma “inconsistência contábil” de bilhões de reais, descoberta pelo executivo Sérgio Rial, que havia sido nomeado como novo CEO da companhia.
RELACIONADAS
+ Americanas: Justiça nega pedido do BTG contra suspensão de dívidas
+ Ministério da Justiça notifica Americanas a prestar esclarecimentos
+ Diretores da Americanas venderam ações antes do anúncio do rombo
Recuperação judicial
A empresa afirmou, em documento com o pedido de recuperação judicial, que apenas o bloqueio dos recursos por parte dos credores já tornaram “extremamente difícil a continuidade das operações do Grupo Americanas por 30 dias”.
Além do BTG Pactual, outros bancos também se adiantaram na cobrança de dívidas por receio de travamento dos pagamentos.
“Mas a situação ficou ainda pior em razão dos consecutivos rebaixamentos de rating da Americanas, pelas agências de classificação de risco, o que fez com que os bancos se negassem a adiantar recebíveis de cartão de crédito, operação rotineira e historicamente feita pelo Grupo Americanas para capital de giro, drenando mais de R$ 3 bilhões do caixa da companhia”, afirmou documento de pedido enviado a Justiça do RJ.
Em nota, a varejista afirma que segue operando normalmente dentro das novas regras da recuperação judicial, “cujo um dos objetivos principais é a própria manutenção de empregos, pagamento de impostos e a boa relação com seus fornecedores e credores e investidores de forma geral”.
Leia a nota
“Através deste comunicado, pedimos o engajamento de todos os colaboradores nesta nova fase e principalmente dos fornecedores com quem temos relações históricas. A história da Americanas segue com determinação rumo a uma nova fase, com o compromisso com a sociedade e disposta a construir soluções que possam vir atender aos credores da empresa.”