O ex-ministro da Justiça na gestão de Jair Bolsonaro e ex-secretário da Segurança Pública do Distrito Federal (DF), Anderson Torres, passa por audiência de custódia após ter sido foi preso pela Polícia Federal (PF), na manhã deste sábado (14), ao desembarcar no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, no DF.

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A audiência estava marcada para 12h30 (horário de Brasília), no 4º Batalhão da Polícia Militar (BPM) do Distrito Federal, no Guará, cidade a cerca de 10 quilômetros de Brasília para onde Torres foi levado.

A audiência ocorrerá por meio de videoconferência e, segundo despacho de Alexandre de Moraes, será presidida pelo desembargador Airton Vieira, magistrado instrutor do ministro do STF.

Caberá ao comandante do Batalhão de Aviações Operacionais da Polícia Militar, encarregado pelo policiamento aéreo da PMDF, oferecer o equipamento necessário para a realização da oitiva a distância.

Prisão de Alexandre Torres

Alexandre Torres estava na Flórida, nos Estados Unidos, quando teve a prisão preventiva – por prazo indeterminado – decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Torres é alvo de investigação por omissão durante a invasão das sedes dos três Poderes, em Brasília.

Ele havia assumido a secretaria do DF no dia 2 e, logo em seguida, saiu de férias.

No domingo (8), apoiadores radicais de Bolsonaro marcharam do Quartel-General do Exército até a Esplanada, furaram, sem resistência da Polícia Militar, um bloqueio e invadiram o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo.

O ex-ministro chegou à capital federal às 7h18 (horário de Brasília), no voo 7749, da Gol, que chegou com uma hora de atraso.

Ele embarcou na noite desta sexta-feira (13), no aeroporto de Miami.

Torres estava com a família em Orlando, mesma cidade para onde viajou Bolsonaro antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao mandar prender Torres e também o ex-comandante da Polícia Militar do DF Fábio Augusto Vieira, Moraes disse ver “fortes indícios” de que eles foram “coniventes” com os atos golpistas em Brasília.

Vieira foi preso na terça-feira (10), na capital federal. O governador Ibaneis Rocha (MDB) foi, ainda, afastado do cargo, por 90 dias, em decisão de Moraes já chancelada pelos integrantes da Corte.

Em uma rede social, quando ainda estava nos EUA, Torres havia dito que retornaria ao Brasil para se entregar à Justiça e preparar sua defesa.

Ele negou que tenha sido conivente com os atos em Brasília.

Na terça-feira, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Torres.

Durante a ação, foi encontrada uma minuta de decreto presidencial de estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O objetivo, de acordo com o rascunho, era reverter o resultado da eleição em que Bolsonaro foi derrotado pelo atual presidente Lula.

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Também nas redes sociais, Torres disse que a minuta apreendida pela PF “muito provavelmente” estava em uma pilha de documentos para descarte.

Segundo ele, o material foi “vazado fora de contexto”.

Acusações

Anderson Torres é acusado de omissão e de facilitação para os atos terroristas em Brasília, no último domingo (8), que resultou na invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF.

A situação de Torres se complicou após a Polícia Federal ter encontrado, em sua casa, uma minuta de decreto de estado de defesa a ser cumprido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O ex-ministro nega participação na tentativa de golpe de Estado. Assim que a decisão de Moraes se tornou pública, Torres postou, nas redes sociais, que se entregaria.

Em relação à minuta encontrada em sua casa, ele escreveu que o documento foi vazado “fora de contexto” .

da não está claro se Torres irá para o Complexo Penitenciário da Papuda logo após a audiência, como tem ocorrido com os demais presos após os atos terroristas em Brasília no último domingo (14), ou se ele permanecerá no 4º BPM.