Nesta terça-feira (8) o ex- Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, está prestando depoimento na condição de investigado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.

O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro não será obrigado a responder questionamentos que possam acarretar autoincriminação, pois o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) o garantiu direito ao silêncio.

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Depoimento

Durante a primeira parte da oitiva, Torres afirmou que se o protocolo [PAI] fosse seguido à risca, seríamos poupados dos lamentáveis atos de 8 de janeiro”.

O procedimento descrito pelo ex-ministro é o Protocolo de Ações Integradas (PAI), que dá as coordenadas de segurança para a manutenção da ordem pública.

“O documento previa o fechamento da Esplanada (dos Ministérios). Posso afirmar que houve falha grave na execução do PAI. Se tivessem seguido à risca, os atos não teriam sido consumados”, detalhou Torres.

“Fiquei muito preocupado quando vi os atos, e o protocolo sendo descumprido”, ressaltou Torres.

Viajem aos Estados Unidos

Anderson Torres afirmou a Comissão do 8 de janeiro que se tivesse sido alertado sobre os atos antidemocráticos, não teria viajado para os Estados Unidos com a família.

“Se eu tivesse recebido qualquer alerta ou informe de inteligência indicando o risco iminente de violência e vandalismo,”, disse ele.

O ex-ministro embarcou com a família no dia 6 de janeiro e chegou aos Estados Unidos na manhã do sábado (7), um dia antes dos ataques.

“No dia 8 de janeiro, acompanhei a distância. Fiquei muito preocupado quando vi o vandalismo sendo praticado. Cheguei a passar mensagem do WhatsApp para o secretário em exercício, apelando para que impedisse que os manifestantes se aproximassem do Supremo, uma vez que o Planalto e o Congresso já estavam invadidos”, justificou.

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“Até o dia 6/1, à noite, eu não tive qualquer informação judicial indicando que haveria ações radicais no dia oito”, completou Torres.

“Retornei ao Brasil o mais breve possível e, desde que fui preso, nunca me neguei a cooperar com a Justiça. Entreguei as senhas do meu celular, da nuvem, do e-mail, tomei a iniciativa de autorizar a quebra do meu sigilo telemático, fiscal, bancário, telefônico e continuo sob investigação e cumprindo fielmente as medidas cautelares determinadas”.

O depoimento de Anderson Torres continua no decorrer da tarde desta terça-feira (8).

Veja o depoimento: