O depoimento do ex-secretário de Justiça e Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, começou na manhã de quinta-feira (2) e foi até a noite no 4º Batalhão de Polícia Militar, no Guará.
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Anderson Torres argumentou que o documento não tem “fundamento legal” e que não “tem ideia de quem” o elaborou.
Torres também é ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Minuta com Torres
A minuta foi encontrada durante uma operação de busca e apreensão feita pela Polícia Federal na casa de Torres.
O ex-gestor é investigado por suposta omissão na Segurança do Distrito Federal no dia 8 de janeiro, quando vândalos atacaram as sedes dos Três Poderes da República.
Anderson Torres, disse que a minuta do golpe é um documento “descartável” e “sem viabilidade jurídica”.
Sobre os atos de vandalismo na sede dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro, o ex-gestor afirmou que quando esteve à frente da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal teve reunião preparatória para a data.
A reunião sobre o dia foi realizada no dia 6 janeiro. No encontro, ele disse que recebeu informações de que a manifestação de bolsonaristas, que já estava marcada, não teria ações radicais.
Afirmou ainda que, antes de assinar o protocolo para a segurança no dia 8, verificou que estava tudo adequado.
Ao receber todas as informações de que não teria manifestações radicais na data, o então secretário entendeu que não teria problema em viajar para os Estados Unidos com a família como o fez.
Torres disse ainda que combinou o destino com o ex-presidente Jair Bolsonaro e que eles não se encontraram lá.
A viagem de Torres para os EUA foi motivo de críticas por parte do interventor da Segurança Pública no DF, Ricardo Capelli.
Ao ser indagado sobre onde está o seu celular, o ex-secretário disse que não sabe onde está, pois após a decretação de sua prisão, recebeu muitas ligações.
Devido à quantidade de ligações, ele desligou o aparelho e por isso não sabe onde foi parar o telefone.
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Atos criminosos
A organização dos atos criminosos começou antes do dia 8 de janeiro.
Diversos ônibus chegaram ao acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, no sábado (7) e domingo (8).
No domingo, às 14h, os criminosos percorreram 8 km até a Praça dos Três Poderes, escoltados pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
Os vândalos invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Destruíram obras de arte, móveis, quebraram espelhos, vidros e janelas, depredaram computadores e roubaram armas.
Além disso, segundo o Sindicato dos Jornalistas do DF, cerca de 16 jornalistas foram agredidos ou tiveram materiais roubados pelos criminosos.