Uma decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, deve afetar um caso aberto pela Justiça dos Estados Unidos contra Carlos Pólit, ex-controlador-geral do Equador.

O ex-integrante do Governo equatoriano é acusado de lavagem de dinheiro nos Estados Unidos e, além disso, de receber propinas da empreiteira.

Dias Toffoli entra no caso, segundo informações divulgadas pela coluna de Guilherme Amado, quando estende ao Carlos Pólit a anulação das provas apresentadas no acordo da Odebrecht.

A determinação sinaliza a possibilidade que outros alvos, a partir das delações da Odebrecht, também tenham provas da leniência derrubadas.

O ministro determinou que sua decisão fosse comunicada aos governos dos EUA e Equador, onde Pólit já havia sido condenado a 6 anos por corrupção.

Anulações de Toffoli

Antes disso, Dias Toffoli já havia conseguido um despacho nesse sentido ao ex-presidente do Peru, Ollant Humala, que responde em seu país por suposta lavagem de dinheiro.

Os empresários Riccardo Francolini e Juan Antonio Niño, alvos da empreiteira no Panamá, também pediram extensão da decisão determinada ao ex-presidente do Peru.

Com a decisão a Pólit, o ministro também atendeu as demandas de Arosemena e Pulgar, declarando imprestáveis os materiais apresentados contra eles pela Odebrecht.

As movimentações de Toffoli foram criticadas pelo Diretor-executivo da Transparência Internacional, Bruno Brandão, que mencionou “cemitério de provas” e acrescenta que decisões vêm “afetando gravemente a imagem do país”.