O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana, afirmou que a expectativa até o fim de 2023 é que o saldo da balança comercial ultrapasse o que foi registrado no ano passado.

A declaração foi dada durante entrevista ao Grupo Norte de Comunicação, em Brasília, nesta quarta-feira (14).

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De acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) no acumulado de 2022, as exportações no Brasil totalizaram US$ 334,5 bilhões.

E as importações, US$ 272,7 bilhões, resultando em um saldo da balança comercial de quase US$ 62 bilhões, recorde para a série histórica.

“Eu diria que os US$ 62 bilhões de saldo da balança comercial do ano passado devem ser superados no governo do presidente Lula”, destacou o presidente da Apex.

Jorge Viana afirma que os números devem ser melhores esse ano, em decorrência ao superávit recorde registrado no mês de maio deste ano, quando a balança comercial exportou mais de US$ 11 bilhões.

O superávit é registrado quando as exportações superam as importações. Quando acontece o contrário, o resultado é de déficit.

“A nossa expectativa é que o Brasil siga tendo muita exportação graças ao governo do presidente Lula. Ao apoio que a gente dá ao Ministério da Indústria, e ao agronegócio brasileiro”, acrescentou o presidente da Apex.

No entanto, ele afirmou que há uma preocupação em torno do valor das commodities está reduzindo, o que pode impactar no valor total da balança comercial.

“Os dados deste ano da exportação estão dando bons sinais. Apesar de ter muita queda no preço das commodities como da soja, milho e carne, a gente tem que ficar atento. Porque a gente pode ter um volume alto de exportação e o valor das exportações serem mais baixos”, disse.

Viana está à frente da Apex desde janeiro desse ano e salientou que a Agência já movimenta a atenção para o Norte e Nordeste do país, dialogando com setores.

Segundo ele, dos US$ 334,5 bilhões de exportação registrados no ano passado, a região Amazônica foi responsável por apenas US$ 28 bilhões do montante.

Para ele, isso ocorre pela ausência de políticas de estado para essas regiões. Viana defende que o país adote uma política de exploração mineral tão forte quanto a que é desenvolvida no agronegócio.

“Ao longo de décadas tivemos um descaso com o Norte e Nordeste. O presidente é que fez um trabalho muito forte nesse sentido. Agora ele voltou. A Apex vai trabalhar em um programa específico para aumentar essas importações”, disse.

Ao ser questionado sobre as atividades de uma mineradora no município Autazes, interior do Amazonas, que sofre constantemente com embargos de órgãos federais, por estar supostamente em território indígena, Jorge Viana afirma que os empreendedores podem voltar atenção para outras áreas não demarcadas.

“Tem um monte de gente querendo discutir: por que não explorar em terras indígenas? Gente, as terras indígenas, com as unidades de conservação, são 20% da terra. Eu estou falando de 80% que a gente poderia estar aumentando a exploração de minerais como potássio entre outros. Quem está crescendo com a exploração de minério é a Austrália e o Canadá, e o Brasil está ficando para trás”, disse.

Sobre a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, que pode ser feita pela Petrobrás, mas tem sido embargada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Jorge Viana preferiu não lançar juízo de valor.

Apenas afirmou que aguarda a liberação ou não do órgão competente, e criticou a atenção exacerbada sobre a exportação de matéria prima.

“O que nos interessa é exportar manufaturas. Produtos que geram empregos e não ficar exportando matéria-prima. O petróleo é um produto que vai in natura. O Brasil exporta petróleo graças aos erros do governo passado, e importa gasolina e derivados de petróleo. O emprego está sendo gerado lá fora”, disse.

A Apex está vinculada ao Ministério da Indústria e atua na promoção comercial de produtos e serviços brasileiros no exterior, além de estimular a internacionalização das empresas nacionais e investimentos estrangeiros no Brasil.

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