O grupo de 19 brasileiros conseguiu chegar à cidade de Khan Younes, no sul da Faixa de Gaza.

O embaixador Alessandro Candeas, chefe do Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, disse que os brasileiros ficarão abrigados na cidade até o aval para que cruzem a fronteira do Egito, pela passagem de Rafah.

+ Envie esta notícia no seu WhatsApp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

Alessandro Candeas conta que as autoridades brasileiras comunicaram as forças de defesa de Israel sobre o ônibus, o trajeto, placa, lista de passageiros, para evitar que o coletivo fosse bombardeado e pudesse cruzar Gaza em segurança.

“O plano hoje de manhã era ir para Rafa, para a fronteira. Enfim, ir de lá, cruzar a fronteira, ir para o Egito, etc. Estava tudo pronto para isso, mas meia hora antes do deslocamento, que deveria se iniciar às 12h, às 11h30, nós recebemos a informação de que tudo isso havia sido cancelado, ou seja, a [passagem pela] fronteira foi cancelada. Havia a ideia de um comboio internacional. Além do nosso ônibus, outros ônibus iriam também juntos com outros funcionários internacionais. Tudo isso foi cancelado por Israel, e a fronteira foi novamente fechada”, detalhou o embaixador.

O Chefe da Represantaão do Brasil na Cisjordânia disse que a mudança deixou os brasileiros “aflitos” dentro da escola católica em que estavam abrigados. Além disso, chegaram informações de que um prédio vizinho seria bombardeado, o que alavancou a tensão.

“A decisão foi retirar o nosso pessoal da escola e, como havíamos pensado ontem, colocá-los nessa cidade chamada Khan Younes, que fica a pouco mais de 10 km da fronteira, onde eles aguardarão que a fronteira seja reaberta. É muito mais seguro esperar em Khan Younes do que em Gaza. Eles vão ficar com uma família brasileira que tem um prédio, que vai colocar à disposição desses brasileiros que estão chegando da cidade de Gaza. Alguma acomodação de forma ainda muito precária, muito simples, mas nas circunstâncias da guerra é a melhor opção”, finalizou Candeas.

Mais cedo, eles chegaram a colocar bagagens no porta-malas do ônibus, mas, por conta de informações sobre novos bombardeios de Israel no trajeto, tiveram de voltar ao abrigo onde estavam.

Os brasileiros, que se encontravam na escola Rosary Sisters School, no Norte de Gaza, viajaram para Khan Younes, no Sul – um trajeto de 25 quilômetros. No Sul de Gaza, eles devem aguardar para embarcar no avião enviado pelo governo do Brasil para resgatá-los. A aeronave partirá do Egito.

Segundo a agência de notícias Associated Press, Egito e Israel conseguiram chegar a um acordo para abrir a fronteira entre o sul de Gaza e Rafah, no nordeste do Egito. Entretanto, esse corredor durará apenas durante a tarde deste sábado, e só cidadãos estrangeiros poderão passar por ele, segundo o acordo.

A viagem entre o abrigo de onde o grupo saiu, no norte de Gaza, e a fronteira sul tinha previsão de duração de cerca de duas horas.

RELACIONADAS

+ Cerca de 494 brasileiros já retornaram de Israel vindo em aviões da FAB

+ Bomba cai em local próximo à escola que abriga brasileiros