Em seis décadas a área de floresta per capita no mundo caiu em 60% nas últimas seis décadas.

É o que revela uma pesquisa divulgada no dia 1º de agosto na  Environmental Research Letters.

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O estudo afirma que nos últimos 60 anos, a área florestal global diminuiu em 81,7 milhões de hectares. Essa enorme perda contribuiu para o declínio de 60% na área florestal global per capita em 1960 era de 1,4 hectare; em 2019, passou para 0,5 hectare. 

A análise foi realizada por uma equipe de pesquisadores liderada por Ronald C. Estoque, do Centro de Biodiversidade e Mudanças Climáticas do Instituto de Pesquisa de Produtos Florestais e Florestais (FFPRI), no Japão.

Com o auxílio de alguns conjuntos de dados, entre eles do Climate Change Initiative (CCI), os pesquisadores examinaram como as florestas globais mudaram ao longo do tempo. E observara que a perda de floresta (437,3 milhões de hectares) superou o ganho (355,6 milhões de hectares). 

“A contínua perda e degradação das florestas afeta a integridade dos ecossistemas florestais, reduzindo sua capacidade fornecer serviços essenciais e sustentar a biodiversidade. Impactando principalmente países em desenvolvimento, que dependem das florestas para diversos fins”, explicam os autores no estudo.

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Locais mais afetados

Os resultados dessa análise também revelaram que a mudança no padrão espaço-temporal das florestas globais apoia a Teoria da transição florestal (TTF). proposta em 1990 pelo geógrafo Alexander Mather.

A TTF levanta a hipótese de que a mudança nas áreas florestais ocorre devido ao desenvolvimento social e econômico.

Entretanto, enquanto países de renda mais baixa estão mais associados à perda de floresta, países de renda mais alta e desenvolvidos estão associados ao ganho, pois possuem mais recursos para preservação.

“Com o fortalecimento da conservação florestal nos países mais desenvolvidos, a perda florestal é deslocada para os países menos desenvolvidos, especialmente nos trópicos”, explica Estoque em comunicado.

Além disso, a pesquisa mostrou uma relação positiva entre a proporção de floresta e o PIB nas regiões de alta renda e altamente desenvolvidas, provando que a expansão de áreas verdes ocorre mediante o crescimento socioeconômico.

Países de baixa renda

O estudo destaca a necessidade de fortalecer o apoio dado aos países de baixa renda, especialmente nos trópicos, para ajudar a melhorar sua capacidade de minimizar ou acabar com perdas florestais.

Para que isso ocorra, é necessário que as nações ricas reduzam sua dependência de produtos florestais tropicais importados.

Para ajudar a alcançar os objetivos dessas iniciativas, há necessidade de reverter, ou pelo menos achatar, a curva global de perda líquida de florestas, conservando áreas remanescentes e restaurando regiões degradadas.