Manifestantes voltaram às ruas em diferentes cidades da Argentina na noite da quinta-feira (21), em protesto contra o decreto de Javier Milei para desregulamentar a economia.

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Essa foi a segunda noite seguida de protestos, mesmo com a proibição de fechar ruas e a ameaça do governo de retirar benefícios sociais para quem for flagrado em bloqueios.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o conflito com a polícia, que lançou gás de pimenta e disparou com balas de borracha.

Segundo informações da imprensa argentina, a confusão começou durante um panelaço, que reuniu cerca de mil pessoas em Córdoba.

Em Buenos Aires, os manifestantes se reuniram em frente ao Congresso, cercados por um cordão de policiais, como já havia acontecido na noite anterior.

Os protestos chegaram ainda às cidades de La Plata e Rosário e reuniram diferentes grupos contra o que tem sido chamado na Argentina de “megadecreto”, o ato do governo Milei que derrubou mais de 300 leis por meio de um mecanismo similar à Media Provisória do Brasil.

O Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), entre outras coisas, abre caminho para privatizar todas as empresas públicas argentinas, medida que revoltou servidores públicos.

Os movimentos sociais convocam novas manifestações para esta sexta-feira (22), e já antecipam mobilizações para a semana que vem.

A Confederação Geral do Trabalho (CGT) anunciou uma marcha em direção ao Palácio da Justiça, em Buenos Aires, na próxima quarta-feira (27).

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‘Vem mais por aí’

Na quinta-feira (21), o governo defendeu o decreto e prometeu medidas adicionais para liberalizar a economia:

“Vem mais por aí”, disse o próprio Milei.

O libertário aposta em um duro ajuste fiscal como saída para crise na Argentina, onde a inflação anual está na casa dos 160%.

O decreto desta semana soma-se ao pacote que já havia sido anunciado pelo ministro da Economia Luis Caputo, com corte de subsídios e desvalorização da moeda.

Analistas afirmam que as medidas em si não surpreendem porque estão conforme as promessas de campanha do libertário.

O bloqueio de ruas foi proibido, e a ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, prometeu retirar os benefícios sociais de quem descumprir a ordem da ministra da Segurança, Patricia Bullrich.