O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou a possibilidade de exportar arroz de outros países após o aumento de 30% do valor no Mercosul.
O governo federal zerou o imposto de importação do grão para países que não compõe o grupo.
“Nós demos uma demonstração ao Mercosul de que, se for querer especular, nós buscamos em outro lugar”, afirmou ao G1.
Com o desastre ambiental no Rio Grande do Sul, o objetivo da compra do arroz nos países vizinhos era aumentar a oferta do mercado e evitar o aumento dos preços ao consumidor final.
O estado é responsável pela maior produção de arroz do Brasil, cerca de 70%.
Leilão de arroz suspenso
Após o aumento do preço do grão, o leilão de compra marcado para esta terça-feira (21) foi suspenso. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) está responsável pela compra do arroz.
Segundo o ministro, nesta primeira leva seriam adquiridas “100 mil toneladas, mas pelos preços que eles estavam anunciando, nós íamos comprar só 70 mil (…) certamente eles vão voltar para a realidade porque não é justo.”
De acordo com a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (FederArroz) 84,2% da safra de arroz já foi colhida.
Veja nota da FederArroz:
“As entidades representativas do setor orizícola do Rio Grande do Sul, Estado responsável por mais de 70% da produção de arroz do Brasil, por meio de seus representantes, vêm a público haja vista a situação de calamidade pública que assola os gaúchos, em decorrência da enchentes que atingiram inúmeros municípios do Estado, informar, de plano, pelas razões abaixo, que inexiste risco de desabastecimento de arroz ao mercado consumidor.
Verifica-se que, diante da atual conjuntura no Estado do Rio Grande do Sul, é natural que haja apreensão com relação às condições de abastecimento do arroz no Brasil, haja vista os significativos danos causados pelas chuvas torrenciais que ocorrem no Estado que concentra a produção e a industrialização do cereal no país.
Todavia, conforme dados oficiais, tem-se que 84% da área cultivada no Estado foi colhida antes do início das chuvas, de modo que a projeção da safra 2023/2024 atinge aproximadamente 7.150 mil toneladas, o que representa uma redução de cerca 1,24% em relação ao volume produzido na safra anterior.
Assim, percebe-se que a possível diminuição da disponibilidade de arroz em razão das perdas de produtores afetados pelas enchentes que assolam o Estado será, inevitavelmente, compensada pelo incremento da importação e perda de competitividade do arroz brasileiro no Mercado externo.
Cumpre referir, ainda, que as dificuldades de escoamento da produção enfrentadas em razão da interdição de estradas estaduais e federais, serão, brevemente, superadas em decorrência do empenho de todo o país e da natural reorganização das cadeias produtivas.
Reforçamos, desse modo, o entendimento de que a catástrofe climática que assola o Rio Grande do Sul não impõe qualquer ameaça ao abastecimento de arroz à população brasileira, de modo que seguiremos (produtores rurais, cooperativas e indústrias) comprometidos com a missão de garantir a segurança alimentar do Brasil.”