O avião de pequeno porte, modelo Cessna Skyline 182, que caiu em uma fazenda próxima ao Aeroporto de Manoel Urbano, a 228 quilômetros da capital Rio Branco, estava com lotação máxima e possíveis irregularidades na operação da aeronave, segundo informações de uma análise preliminar.

O acidente aconteceu na segunda-feira (18) e resultou em uma pessoa morta e seis feridos.

A responsabilidade pelo acidente envolvendo o experiente piloto Roney Mendes (59), que sofreu queimaduras em 40% do corpo e está em estado grave no Pronto-Socorro, tem sido objeto de debates, inclusive na Assembleia Legislativa. Rumores sobre um possível pedido de prisão foram levantados, mas a delegada de Manoel Urbano, Jade Dene, negou as alegações.

“Isso não procede, uma vez que não iniciaram as investigações da responsabilidade do acidente, pois é necessária a perícia inicial do órgão competente”, explicou.

O comerciante Sidney Estuardo Hoyle Vega, de origem peruana, conhecido como Hoyle no interior do estado, morava e trabalhava na cidade peruana de Puerto Esperanza, e estava de visita ao Acre para encontrar sua família em Sena Madureira.

Juntamente com Hoyle, estavam outras seis pessoas, incluindo a biomédica Amélia Cristina Marques Rocha, de 28 anos, e seu marido, o dentista Bruno Fernando dos Santos, de 36 anos. Amélia sofreu queimaduras graves em cerca de 70% do corpo, enquanto Bruno teve ferimentos leves. Além deles, a enfermeira Suani Camelo, de 30 anos, também teve graves queimaduras, assim como Jefferson, seu marido, que está em condição estável. Uma adolescente, Deonicilia Kaxinawá, de 15 anos, sobreviveu ao acidente com queimaduras nos braços e pernas.

A adolescente indígena viajava de avião pela primeira vez, a jovem que estava de férias em Manoel Urbano com sua tia, retornava para Santa Rosa do Purus, um dos municípios isolados do Acre, para retomar seus estudos.

Amélia Cristina, Bruno Fernando, Roney Mendes, Suani Camelo e Mateus Jeferson são cinco dos seis sobreviventes da queda de avião em Manoel Urbano, no Acre — Foto: Arquivo pessoal

As causas do acidente ainda não foram esclarecidas. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) está conduzindo uma investigação minuciosa para identificar os fatores que levaram à queda da aeronave. O avião caiu logo após a decolagem, a cerca de 1 quilômetro da cabeceira da pista de Manoel Urbano.

Uma análise preliminar aponta para possíveis irregularidades na operação da aeronave. O avião, que tinha capacidade para transportar no máximo quatro pessoas, estava com lotação acima do permitido, com seis passageiros e o piloto a bordo. Além disso, o Cessna Skyline 182 não possuía autorização para atuar como táxi aéreo, já que seu Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade estava vencido desde junho de 2019.

Os sobreviventes enfrentam um longo caminho de recuperação. Vítimas como Amélia, Bruno, Suani e o piloto Roney Mendes estão internadas em estado grave, com queimaduras que demandam cuidados intensivos. O apoio das equipes médicas do Pronto-Socorro de Rio Branco tem sido crucial nessa fase crítica.

Familiares e amigos aguardam por notícias e rezam pela recuperação dos feridos.