A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do medicamento baricitinibe, de nome comercial Olumiant, para o tratamento de alopecia areata, doença inflamatória autoimune que provoca a queda de cabelo.

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Segundo a Eli Lilly, farmacêutica norte-americana responsável pela produção do medicamento, ele é indicado para uso em adultos com a forma grave da doença.

O fármaco já possui aprovação regulatória no Brasil para o tratamento de dermatite atópica, artrite reumatoide e covid-19 em pacientes adultos hospitalizados.

A aprovação para o tratamento de alopecia areata ocorreu em 16 de outubro deste ano.

O medicamento é considerado um imunomodulador. Ou seja, o Olumiant atua no sistema imunológico, reforçando as defesas e bloqueando vias inflamatórias.

De acordo com a Eli Lilly, a dosagem de 4 mg tem um preço máximo ao consumidor (PMC) de R$ 5.648,25, sem impostos. O medicamento é tomado por via oral.

Ele se apresenta na forma de comprimidos revestidos, com 2 ou 4 mg de baricitinibe, em embalagens contendo 30 unidades.

Conforme a bula do medicamento, um total de 1.303 pacientes foram tratados com Olumiant em estudos clínicos em alopecia areata, representando um total de 2.218 pacientes-ano de exposição.

O Olumiant não foi estudado em pacientes com idade acima de 75 anos. Nesses indivíduos, a dose inicial de 2 mg pode ser apropriada, conforme a farmacêutica.

Para quais doenças o Olumiant é indicado?

  • Artrite reumatoide: Olumiant em monoterapia ou em combinação com metotrexato (MTX) é indicado para o tratamento de pacientes adultos com artrite reumatoide ativa de moderada a grave com resposta inadequada ou intolerância a um ou mais antirreumáticos modificadores da doença;

  • Dermatite atópica: Olumiant é indicado para o tratamento de pacientes adultos com dermatite atópica moderada a grave, que são candidatos à terapia sistêmica;

  • Covid-19: Olumiant é indicado para o tratamento da covid-19 em pacientes adultos hospitalizados que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal, ou que necessitam de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva;

  • Alopecia areata (aprovação mais recente): Olumiant é indicado para o tratamento de pacientes adultos com alopecia areata grave.

Na bula, consta que, para o tratamento de alopecia areata, a dose recomendada é de 4 mg uma vez ao dia.

Para alguns pacientes, no entanto, a dose de 2 mg uma vez ao dia pode ser apropriada, como aqueles de 75 anos de idade ou mais e pessoas com histórico de infecções crônicas ou recorrentes.

A dosagem ideal, porém, deve ser indicada por médico profissional.

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O que é alopecia areata?

É uma patologia na qual ocorre uma inflamação ao redor da raiz dos folículos capilares, levando à queda dos fios. Ela é uma doença crônica, que não tem cura completa.

É possível baixar a atividade da doença tendo a volta dos cabelos, mas a pessoa continua sendo portadora da alopecia, sendo necessário um acompanhamento médico durante a vida toda.

Há subtipos da alopecia, podendo ser de causas autoimunes diferentes. São, em geral, causadas por processos inflamatórios que matam os folículos pilosos, mas eles podem ser distintos.

Existe a alopecia areata que se subdivide em três classificações:

  • Focal (falhas redondas no couro cabeludo);
  • Total (que mata todos os folículos do couro cabelo);
  • Universal (perde-se o couro cabeludo inteiro e outros pelos do corpo, como barba, cílios e sobrancelhas).

Em geral, a causa autoimune é uma tendência do organismo. As pessoas nascem com predisposição a produzir anticorpos que agridem o próprio cabelo.

E, devido a alguma desregulação do organismo, as crises são disparadas.

Pode acometer desde crianças até pessoas mais velhas, embora seja mais frequente em adultos jovens, independentemente de serem homens ou mulheres.

O diagnóstico é feito por meio do exame clínico, na qual o médico faz uma prova de tração, puxando o cabelo do paciente e verificando se saem muitos fios.

Primeiros sinais de queda de cabelo

É importante destacar que se trata de uma doença silenciosa.

O único sintoma é a queda localizada de cabelos e, no caso das alopeciais cicatriciais, podem surgir pequenas bolinhas acneicas, que são enxergadas apenas por lupa.

A pessoa não sente dor nem coceira no local da queda de cabelo.

Qualquer falha no couro cabeludo, de meio centímetro de diâmetro, já indica a necessidade de procurar um tricologista, especialista na área, para fazer um diagnóstico detalhado.

A pessoa precisa buscar ajuda o quanto antes, pois em poucos dias a inflamação toma conta de um espaço maior e as falhas aumentam significativamente.