Uma recém-nascida sofreu uma fratura extensa no crânio após cair da incubadora na Maternidade de Roraima, segundo denunciou o pai da criança, Michel Zandonai.

Conforme o relato, o caso ocorreu no dia 1º de julho. O homem alegou negligência médica por parte de alguns profissionais diante do caso, e informou que vai oficializar a denúncia na Ouvidoria da unidade de Saúde.

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“Este incidente é, em essência, o ápice de uma série de negligências, onde a segurança e o bem-estar da minha filha foram postos em risco de uma forma inadmissível e intolerável”, desabafou.

Os pais não estavam presentes no momento da queda e foram informados sobre a situação pela equipe médica e demais pais testemunharam o ocorrido. Segundo Michel, a filha caiu porque a incubadora ficou aberta após verificação de rotina.

“É necessário enfatizar a gravidade desta situação. A queda de uma incubadora é um incidente que nunca deveria ocorrer, principalmente em uma UTI, onde se espera o mais alto nível de atenção e cuidado. Isso intensifica a nossa preocupação e descontentamento”.

Negligências na Maternidade

Modelo de incubadora da qual a recém-nascida caiu – Foto: Arquivo pessoal

Segundo narrou, após a queda, a menina foi encaminhada da Maternidade ao Hospital Geral de Roraima (HGR) para fazer tomografia, porém o médico especialista chegou à unidade horas depois, o que resultou na demora de realizar o exame.

“Mais uma vez, um atraso inaceitável em um cenário que exigia pronta atenção e ação. Fomos informados de que, embora Liz tenha sofrido uma fratura extensa no crânio, os hematomas seriam absorvidos sem necessidade de cirurgia”, acrescentou.

Ele também contou que, por diversas vezes, notou os alertas de segurança dos equipamentos sendo ignorados pela equipe médica.

“As máquinas emitiam sinais sonoros, indicando necessidade de atenção, porém os profissionais de saúde pareciam não dar a devida importância a esses alertas”, disse.

No entanto, ao questionar a equipe sobre esses alertas, ele teria recebido repreensões, chegando ao ponto de ser ameaçado de ser banido da UTI por fazer “perguntas demais”.

Ainda conforme o relato, Michel disse ter notado que a dosagem de sedação havia sido dobrada sem a solicitação de um médico.

Ele também citou limpeza inadequada dos cabos dos equipamentos e comportamentos antiprofissionais da equipe durante o período na Maternidade.

“Ao expressar minha preocupação, uma enfermeira me informou que “não trabalha sob pressão”, o que considero uma resposta inapropriada e minha esposa foi acusada, sem qualquer prova, de ter deixado a incubadora aberta no dia 3 de julho, dois dias após a queda”, lamentou.

Por fim, o home pediu que sejam tomadas providências sobre a situação.

“Peço que essa situação seja tratada com a seriedade e a urgência que ela exige. Uma UTI neonatal não é um lugar para negligência e descaso”.

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O que diz a Secretaria Estadual de Saúde

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que até o momento não houve formalização de denúncia relacionada ao fato junto à Ouvidoria da Maternidade.

Entretanto, disse que diante do fato narrado, iniciou uma investigação para apurar o que de fato ocorreu e assim tomar as medidas cabíveis.

“A direção geral da unidade esclarece ainda que possui equipe 24 horas por dia para a realização de limpeza em toda a unidade, podendo ser acionada pelo paciente sempre quando solicitada”, acrescentou.