O presidente dos EUA, Joe Biden, enxerga o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como um líder global, segundo a embaixadora do país norte-americano. 

A declaração de Elizabeth Frawley Bagley, embaixadora dos EUA, foi divulgada nesta quarta-feira (15).

“Biden vê Lula como líder regional e global e quer trabalhar com ele para defender a democracia ao redor do mundo”, afirmou. 

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Além disso, a chanceler destacou que a relação entre os dois presidentes foi repleta de sinergia e que os dois representantes têm muitas coisas em comum. 

“Devido a uma agenda apertada, a reunião entre o presidente Biden e o presidente Lula estava prevista para durar 15 minutos. No entanto, durou mais de uma hora, um sinal claro da sinergia entre os presidentes”, afirmou Bagley.

A embaixadora fez referência a reunião ocorrida na última sexta-feira (10) entre os dois presidentes.

A fala da embaixadora Elizabeth ocorreu durante coletiva de imprensa na Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília, nesta quarta.

A união entre os dois presidentes foi bastante enfatizada pela chanceler durante a coletiva. 

“Gostaria de enfatizar que o encontro dos presidentes foi um dos mais significativos em anos e possivelmente décadas. […] O presidente Biden percebeu que, no presidente Lula, ele tem um forte parceiro e aliado”, disse.

A embaixadora ressaltou que depois da reunião inicial, feita somente entre os dois presidentes e os intérpretes, no Salão Oval da Casa Branca, na última sexta-feira, houve um segundo encontro, mais amplo.

No novo encontro, que também durou mais de uma hora, a chanceler, que estava presente, afirmou que o presidente Lula discutiu suas prioridades em relação à cooperação bilateral. 

“Democracia e Estado de Direito, clima, governança global (particularmente a reforma do Conselho de Segurança da ONU), igualdade racial, energia, comércio e investimento”, disse.

Ainda segundo a chanceler, Biden concordou em fazer parcerias em relação às prioridades.

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Ações climáticas e de inclusão racial

Um outro ponto debatido foi a questão da contribuição inicial dos EUA para o Fundo Amazônia, que segundo Biden, deve ser significativa.

Segundo a embaixadora do país norte-americano, “nosso trabalho para garantir um apoio robusto à nossa agenda climática, está apenas começando”.

Durante a coletiva, a embaixadora não informou quanto será o aporte e também quando os investimentos do país serão realizados. 

Em relação à questão da inclusão racial, os dois presidentes debateram sobre a retomada do JAPER (Plano de Ação Conjunto para Eliminar a Discriminação Racial e Étnica e Promover a Igualdade).

O acordo bilateral para igualdade racial, étnica e inclusão racial é discutido com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. 

Segundo Elizabeth Frawley Bagley, visitas de representantes de alto nível governamental dos EUA pretendem visitar o Brasil nos próximos dois a três meses.

Além disso, uma futura visita do presidente Joe Biden também vai ocorrer no país, já que o convite, feito pelo presidente Lula, já foi aceito. 

Extradição de Jair Bolsonaro

Sobre uma possível extradição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Brasil, a embaixadora sinalizou que este assunto não foi discutido durante a reunião dos dois presidentes e nem na reunião mais ampla, realizadas na última sexta-feira (10). 

“Sabemos que ele pretende retornar, mas se houver algo o nosso Judiciário estará engajado”, afirmou.