O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou o bloqueio das redes sociais das influenciadoras digitais investigadas por racismo Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves.

A decisão ocorreu na tarde da última terça-feira (13).

Até a finalização desta reportagem, as contas das influenciadoras não haviam sido bloqueadas.

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Conhecidas por gravarem vídeos abordando pessoas na rua, Kérollen e Nancy, que são mãe e filha, foram acusadas de racismo pela advogada especialista em crimes de gênero, direito antidiscriminatório e feminicídios Fayda Belo.

De acordo com a decisão da juíza Juliana Cardoso Monteiro de Barros, da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, da Comarca de São Gonçalo, os perfis no YouTube, Instagram e TikTok devem ficar bloqueados pelo prazo de seis meses.

“As imagens publicadas nas redes sociais das mulheres, filmando as reações das crianças ao receberem os presentes, no caso a banana e o macaco de pelúcia, expõem os menores a situação vexatória e degradante”, afirma a Justiça.

O texto ainda impede que elas criem perfis nas redes sociais, bem como de se apresentar de qualquer forma em outros perfis, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.

Posicionamento das investigadas nas redes sociais:

Leia nota na íntegra:

“Em relação às acusações de racismo feitas contra as influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves, a assessoria jurídica, reconhece a seriedade e a importância de tratar o assunto com responsabilidade e diligência.

A assessoria jurídica ressalta que as influenciadoras, estão consternadas com as alegações que foram feitas e repudiam veementemente qualquer forma de discriminação racial.
Reforçam ainda, o compromisso em promover a inclusão, diversidade e igualdade em suas plataformas.

Ressaltam que naquele contexto não havia intenção de fazer qualquer referência a temáticas raciais ou a discriminações de minorias.

Nada disso estava em pauta.

Sendo assim, gostariam de se dirigir às pessoas que se sentiram diretamente atingidas, para dizer que não tiveram intenção de as ofender individualmente, nem como gênero, etnia, classe ou categoria a que elas pertençam.”

Neste mês, duas meninas que receberam bananas das influenciadoras prestaram depoimento. Além delas, a mãe de um menino foi à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e afirmou que Nancy e Kérollen abordaram seu filho e negociaram a gravação de um vídeo.

Com a promessa de comprar roupas novas para o menino, elas gravaram o vídeo e não deram nada para a criança.

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Ainda não há confirmação sobre o local das filmagens, mas a dupla geralmente grava em Niterói e em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.

A denúncia

Com quase dois milhões de seguidores apenas no Tik Tok, Fayda Belo usou a internet para pedir que a Polícia Civil e o Ministério Público apurassem o caso.

Os vídeos usados na denúncia já foram apagados do canal da dupla.

No final de maio, o Ministério Público do Rio de Janeiro já havia recebido cerca de 700 comunicações com denúncias dos vídeos.

Atualmente, elas respondem a cinco inquéritos, sendo quatro por injúria racial em uma delegacia especializada, e um registrado apenas como injúria na 74ª DP (Alcântara), São Gonçalo, na Região Metropolitana do estado.