O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu manter seus compromissos e viajou para Goiânia, onde receberá o título de cidadão goiano nesta sexta-feira (18).
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O cenário vem após decisão de que seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, irá confessar que vendeu joias recebidas em agendas oficiais a pedido do ex-chefe.
Organizada pela Assembleia Legislativa de Goiás, a sessão solene será reserva apenas a autoridades.
Ao final do evento, o ex-presidente terá um encontro com apoiadores em um dos auditórios da Casa.
O estado governado por Ronaldo Caiado é um reduto bolsonarista.
A manutenção da agenda, com direito a encontro com a base de apoio, dão ares de normalidade ao entorno de Bolsonaro, em meio aos avanços das investigações que o atingem.
Investigações
Na quinta-feira (17), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acolheu o pedido da Polícia Federal (PF) de quebra dos sigilos fiscal e bancário de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle.
A decisão foi emitida três horas após a declaração do advogado de Mauro Cid, o criminalista Cezar Bitencourt, de que o seu cliente irá atribuir a Bolsonaro a ordem para que ele vendesse joias desviadas do acervo público da Presidência.
Também na quinta-feira, o hacker Walter Delgatti Netto disse à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro que Bolsonaro o ofereceu indulto para que invadisse o sistema das urnas eletrônicas.
O denunciante ainda afirmou que o ex-presidente pediu que ele assumisse a autoria de um suposto grampo ilegal que teria flagrado conversas comprometedoras de Moraes.
Delgatti não apresentou provas durante o depoimento.
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Reação
Bolsonaro reagiu ao depoimento do hacker com a prestação de uma queixa-crime por injúria.
O ex-presidente e seus aliados assumiram que houve o encontro com Delgatti, mas alegaram que o restante da história narrada pelo hacker seria mera “fantasia”.
Assessor do ex-presidente, Fábio Wajngarten disse que Delgatti “mente, mente, mente.”
Sobre a confissão de Mauro Cid, Bolsonaro negou que tenha recebido recursos de seu ex-ajudante de ordens e que tenha mandado vender presentes.
Ele chamou de “camicase” a estratégia do militar, que está preso.