Ícone do site Portal Norte

‘Vetos eram necessários’, diz Ana Moser em Comissão sobre Lei do Esporte

Ministra afirma que “vetos eram necessários” na Lei do Esporte

Ana Moser diz que vetos à Lei do Esporte eram necessários - Foto:Reprodução/Ministério do Esporte

Ministra do Esporte, Ana Moser, afirmou que os vetos do presidente Lula (PT) à lei Geral do Esporte são indispensáveis para realizar ajustes e promover, de fato, a implementação da nova legislação.

“O governo não vai fazer o que as instituições fazem com excelência: os seus planejamentos, as suas estruturações, o seu trabalho de desenvolvimento das modalidades, dos impactos e de resultados provenientes desse trabalho”, afirmou Ana Moser.

+ Envie esta notícia no seu WhatsApp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

Ainda conforme a gestora ministerial, a intenção é alinhar políticas públicas que impactem no segmento.

“Não é a interferência nisso, mas alinhar a uma política macro que tenha um impacto em torno das metas a serem alcançadas”, enfatizou a ministra.

A explicação da ministra foi dada durante uma audiência na Comissão dos Esportes da Câmara, na quarta-feira (2).

40% do texto da lei foi vetado pelo presidente Lula, cerca de 397 dispositivos.

A justificativa do governo para tal ato foi a “insegurança jurídica e vício de iniciativa” em algumas partes do texto.

O governo cita como exemplo a previsão de criação de órgãos do Executivo, entre os quais a Autoridade Nacional para Prevenção e Combate à Violência e à Discriminação no Esporte (Anesporte).

O objetivo inicial da lei, que foi sancionada em junho, era substituir todas as medidas que tratam do tema, mas com as obstruções a Lei Pelé e a Lei de incentivo ao esporte continuam valendo.

Veto ao Fundo Nacional do Esporte

Wladimyr Camargos, jurista que foi relator de uma versão preliminar do texto, estranhou o número de vetos.

“A decisão do governo nos surpreendeu”, o advogado destacou o veto ao Fundo Nacional do Esporte.

“O fundo é a coluna vertebral do sistema, sem ele o sistema não se sustenta, todos estão cientes desse problema”, reforçou.

Lula vetou o Fundo Nacional do Esporte, pois não havia, segundo ele, previsão para receitas orçamentárias.

“Não houve justificativas técnicas ou jurídicas, com todo respeito, devidamente balizadas”, disse Camargos, pedindo que o Congresso reveja os vetos.

Segundo o deputado federal Renildo Calheiros (PcdoB-PE), apesar do número de vetos, a opção do governo federal é válida.

“O projeto da lei geral do esporte teve a singularidade de ter sido votado em um governo e sancionado pelo presidente seguinte, que, em tese, não acompanhou de perto a elaboração do texto”, ponderou Calheiros.

RELACIONADAS

+ Ayrton Senna é declarado patrono do esporte brasileiro

+ Senado Federal aprova nova Lei Geral do Esporte; texto segue para Câmara

Pauta suprapartidária

O presidente da Comissão, deputado federal Luiz Lima (PL-RJ), solicitou a audiência com a ministra, e destacou que a luta pela valorização do esporte tem de ser suprapartidária, uma vez que, segundo ele, o setor vem sendo negligenciado há muitos anos.

“Embora eu esteja na oposição, tenho perfeito entendimento que nós temos de construir coisas positivas e escadas para o desenvolvimento do esporte.”

De acordo com a ministra, alguns pontos vetados devem ser tratados por decreto, como a autonomia e a gestão das entidades.

Agora, assuntos como justiça desportiva, antidopagem e questões trabalhistas serão abordados em propostas legislativas que serão encaminhadas ao Congresso Nacional.

Sair da versão mobile