Ricardo Camarinha, médico do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi funcionário fantasma no escritório da  Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) em Miami.  A afirmação é da própria agência, em relatório divulgado nesta sexta-feira (12).

A comissão interna da ApexBrasil considerou a contratação, feita sob a gestão do general Mauro Lourena Cid, como “fraudulenta”. Camarinha ocupou um posto na agência entre os meses de abril e dezembro de 2022.

De acordo com a investigação da Comissão Extraordinária da Apex, a contratação do médico de Bolsonaro foi na sede, em Brasília (DF).  Na sequência,  por meio de instrumentos de excepcionalidade (memorando, portaria e carta oferta), Camarinha obteve sua transferência para Miami.

Segundo a Apex, “o médico não desenvolvia qualquer atividade profissional que mantivesse ligação com o cargo de assessor, e nem frequentava as dependências do escritório”

Desvios de conduta

A contratação do funcionário fantasma Ricardo Camarinha não é a única denúncia que a comissão interna faz. A Apex apontou “desvios de conduta” do general Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid. Ele chefiou o escritório de Miami entre junho de 2019 e janeiro de 2023.

Segundo as investigações da Polícia Federal, o general atuou como suporte do filho, coronel Mauro Barbosa Cid, e do ex-presidente Jair Bolsonaro na negociação das joias sauditas, recebidas de presente.

Foi nas dependências do escritório da Apex e usando um celular funcional que o general compartilhou fotos das joias e objetos de arte do acervo atribuído ao ex-presidente.

 O relatório da Comissão concluiu que ficou comprovada a presença de Mauro Cid no EA semanas após a sua demissão, tempo suficiente para agir conforme seus interesses e afastar qualquer evidência. 

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