Celso Amorim será o representante brasileiro para acompanhar as eleições na Venezuela neste domingo (28).
O assessor-chefe especial do presidente da República decidiu manter a viagem mesmo após as criticas de do pesidente da Venezuela, Nicolás Maduro ao sistema eleitoral Brasileiro.
Amorim desembarcou em Caracas na sexta-feira (26)
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, cancelou a ida dos dois observadores à Venezuela após declarações de Maduro de que as urnas brasileiras não são auditáveis.
O assessor que já foi chanceler do Brasil não está na Venezuela com a missão de verificar urnas ou eleições.
De acordo com fontes do governo, ele vai “observar“ as eleições e levar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) as informações que vier a colher. Ele deve colher impressões do processo e auxiliar a posição do Palácio do Planalto após a divulgação dos resultados.
Pelo cenário instável registrado no país e o clima de tensão, uma equipe de segurança acompanha Amorim durante a viagem.
Missão do ex-chanceler
Amorim não pretende se encontrar com os candidatos Maduro e Edmundo González, principais concorrentes, mesmo estando presente no país durante o pleito.
O assessor teve um encontro com o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yvan Gil. Amorim falou sobre a “importância do processo democrático” e da Venezuela para o Brasil e para a região.
Além disso, a ideia é que o chanceler se reúna com os dois principais observadores internacionais do processo eleitoral no país vizinho: o Carter Center, organização pró-democracia fundada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, e representantes da Organização das Nações Unidas (ONU), que também estão no local.
Também estão no plano conversas com representantes das onze candidaturas que disputarão a eleição neste domingo.
Quem é Celso Amorim?
Nascido em 3 de junho de 1942 em Santos, litoral de São Paulo, Celso Luiz Nunes Amorim, de 82 anos, concluiu os estudos no Instituto Rio Branco, academia responsável por formar o corpo de diplomatas brasileiros em 1965.
Mestre em Relações Internacionais pela Academia Diplomática de Viena, Amorim também é professor. Antes de iniciar a carreira diplomática, desenvolveu trabalhos no setor audiovisual junto aos cineastas Leon Hirzman e Guy Guerra.
No Itamaraty, já serviu em Londres e Washington, além de chefiar a pasta durante os governos Lula (2003-2010) e Itamar Franco (1993-1995). Na gestão deste último, foi responsável por fortificar a integração do Brasil no Mercosul.
Já foi presidente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) entre 1998 e 1999, período em que também foi chefe da representação brasileira no órgão.
Amorim ocupa o cargo de assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República desde janeiro de 2023.
A pasta comandada pelo embaixador serve como um órgão de assessoramento imediato ao presidente, e participa, por exemplo, do planejamento, da preparação e da execução dos encontros internacionais do Presidente da República no Brasil e no exterior.
Comunidade Internacional
O sistema eleitoral da Venezuela é colocado em dúvidas pela comunidade internacional.
Dezenas de observadores internacionais foram deportados ontem da Venezuela e cerca de 100 foram impedidos de entrar após Nicolás Maduro fechar as fronteiras do país.
Mas curiosamente Celso Amorim, assessor de Lula, foi o único a conseguir pousar no país, sendo muito bem recebido pelo regime de Maduro.
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