A eleição na Venezuela também usa uma urna eletrônica como no Brasil. Mas o sistema de votação tem algumas diferenças.

Milhões de venezuelanos vão às urnas, neste domingo (28), para escolher quem será o próximo presidente. Nicolás Maduro concorre à reeleição e tenta seu terceiro mandato.

O opositor a Maduro é Edmundo González, que aparece na frente em pesquisas de opinião.

Maduro durante comício para apoiadores criticou o sistema eleitoral brasileiro e disse que o sistema de votação no Brasil “não é auditado.” Ele exaltou o sistema eleitoral da Venezuela, que segundo ele, é o melhor do mundo. 

O presidente completou dizendo que o país sulamericano realiza auditorias em tempo real de 54% das urnas.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rebateu as críticas de Maduro em uma nota divulgada, na quarta-feira (24), no site da Corte. Segundo o TSE, o boletim emitido pelas urnas eletrônicas no Brasil “é totalmente auditável”.

Além disso, a Corte explica que a auditoria ocorre durante todo o período eleitoral por meio de processos de análise do código-fonte e lacração das urnas.

Entenda como funciona a eleição na Venezuela

A eleição na Venezuela possui uma urna eletrônica, assim como no Brasil. Mas o sistema de votação tem algumas diferenças. Veja o passo a passo:

  1. O eleitor chega ao local de votação e apresenta a carteira de identidade.
  2. O número do documento é digitado em uma máquina. Em seguida, é feita uma autenticação biométrica do eleitor por meio da digital.
  3. A urna é liberada, e o eleitor precisa selecionar a foto do candidato que deseja votar.
  4. As fotos dos candidatos aparecem mais de uma vez na mesma tela. Isso acontece porque o sistema de votação indica os candidatos apoiados por partido. Maduro, por exemplo, aparecerá 13 vezes na urna. Já González, três vezes.
  5. Após o eleitor confirmar o voto, a urna imprime um comprovante de papel da votação.
  6. O comprovante é dobrado e colocado dentro de uma outra urna.

Segundo o governo da Venezuela, mais da metade das urnas passam por uma auditoria. Após o encerramento da votação, os fiscais comparam os votos contabilizados eletronicamente com os comprovantes de papel depositados.

Os locais de votação estarão abertos das 6h às 18h, pelo horário local (7h – 19h, em Brasília).

Comunidade Internacional

O sistema eleitoral da Venezuela é colocado em dúvidas pela comunidade internacional. Além disso, não há garantias de que Nicolás Maduro aceite uma eventual derrota. Ele já afirmou que haverá “banho de sangue” e “guerra civil”, se perder.

A última votação no país aconteceu em dezembro de 2023, quando o presidente convocou um referendo para discutir a questão de Essequibo, com o objetivo de anexar parte do território da Guiana.

À época, o governo disse que mais de 10 milhões de eleitores apoiaram a proposta. No entanto, testemunhas informaram que os locais de votação estavam vazios.

Além disso, segundo a Associated Press, o conselho eleitoral não divulgou as contagens dos comprovantes de papel.

Já em 2017, quando o país fez eleições legislativas para criar uma Assembleia Constituinte, a empresa responsável pela tecnologia das urnas afirmou que o número de eleitores que participaram da votação havia sido manipulado.

Segundo a Smartmatic, o comparecimento oficial anunciado pelas autoridades eleitorais estava errado em pelo menos 1 milhão. Desde então, o governo passou a usar novas máquinas de votação projetadas internamente.

As eleições de 2017 resultaram na formação de uma Assembleia Constituinte chavista, que usurpou o poder do Parlamento de maioria opositora.

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