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Violência matou mais de 15 mil jovens no Brasil, em 3 anos

A violência letal contra crianças de até 9 anos é mais associada a contexto de maus-tratos e de violência doméstica - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Nos últimos três anos, mais de 15 mil crianças e adolescentes até 19 anos morreram no Brasil de forma violenta. O período coincide com o do crescimento da proporção de mortes causadas por intervenção policial.

As constatações fazem parte da segunda edição do relatório Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil.  

O estudo foi divulgado nesta terça-feira (13) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

“É um cenário estarrecedor. É realmente um absurdo que a gente perca 15 mil vidas de crianças e adolescentes em três anos”, define a oficial de Proteção contra Violências do Unicef, Ana Carolina Fonseca.

Registros de mortes violentas intencionais de crianças e adolescentes nos últimos três anos:

Os dados relativos a 2021 não estão completos, uma vez que o estado da Bahia não forneceu os números relativos ao período.

O levantamento traz dados de registros criminais como homicídio doloso (quando há intenção de matar), feminicídio, latrocínio (roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenção policial.

Negros e pardos

Assim como outros tipos de violência que afetam a população brasileira, independentemente de idade, a morte violenta de crianças e adolescentes atinge principalmente a população negra, composta por pretos e pardos.

De acordo com o levantamento, a taxa de mortes violentas para cada grupo de 100 mil negros até 19 anos é de 18,2. Por outro lado, entre brancos, a taxa é de 4,1. 

Isso equivale dizer que o risco de um adolescente negro, do sexo masculino, ser assassinado no Brasil é 4,4 vezes superior ao de um adolescente branco.

Violência infantil

Outro recorte da análise do Unicef foca em crianças de até 9 anos.  A violência letal contra crianças de até 9 anos é mais associada a contexto de maus-tratos e de violência doméstica.

Em 2023, quase metade das ocorrências (44,6%) aconteceu em casa e 82,1% foram cometidos por pessoas conhecidas da criança.

“A importância de estudos como esse é conseguir entender a dinâmica da violência contra cada grupo e entender que cada vida importa. A gente precisa ser capaz de construir uma resposta efetiva que enxergue cada menino e cada menina”, avalia a representante do Unicef.

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