A Cúpula do Brics oficializou nesta quinta-feira (24), que vai ampliar o bloco.

O grupo decidiu convidar formalmente seis países para se tornarem novos membros: Arábia Saudita, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia.

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A Indonésia, antes na lista, pediu de última hora para que o processo fosse adiado. A quantidade é menor do que os 23 países que haviam pedido adesão.

A expansão é o principal resultado da 15ª Cúpula do Brics, que termina nesta quinta.

O debate sobre a expansão do bloco, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, esteve no topo da agenda durante as reuniões em Johannesburgo.

Os seis países convidados terão de cumprir com algumas condições para participar do grupo a partir de 1º de janeiro de 2024.

Inclusão da Etiópia no Brics

A surpresa foi a inclusão de um sexto país na lista, a Etiópia, que não constava na lista de prioridades apresentada por Rússia, China, Índia e África do Sul. O Brasil não fez uma lista.

Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul, o país anfitrião, negociou durante a 15ª Cúpula do Brics para a inclusão de um país da região subsaariana.

Ramaphosa voltou a insistir no tema durante um jantar de líderes, na noite de quarta-feira (23).

Embaixadores avaliam que seria um problema diplomático para a África do Sul o fato de nenhum país da região ter sido incluído, já que todos os líderes africanos foram convidados e boa parte deles compareceu.

O tema da 15ª Cúpula do Brics é justamente a parceria com os países africanos.

A inclusão se justifica, segundo diplomatas, pelo fato do país, ser a segunda maior população da África.

O país é sede ainda da União Africana. Com a inclusão da Etiópia, o Brics passará a ter 11 membros.

A edição de 2024 da cúpula deve incluir os antigos membros (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e os novos (Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã).

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Apoio da China

À exceção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os demais líderes do Brics abordaram de forma positiva as negociações para ampliar o número de membros do grupo.

Apesar disso, o anúncio da decisão foi adiado para sexta-feira (25).

O Brasil era o País mais reticente à expansão, mas negociou uma concessão da China, em articulação com Índia e África do Sul.

A declaração continua pendente, mas segundo diplomatas avança em relação ao que Pequim dizia antes.

Brasil, Índia e África do Sul pediram aos chineses uma declaração clara de apoio ao pleito dos três para obter um assento no Conselho de Segurança (CS) da ONU, algo considerado pouco provável.

Embaixadores acreditam, porém, que a China fará um sinal positivo.

A ideia é pedir que os novos cinco membros também se comprometam com um apoio a essas três candidaturas no Conselho de Segurança da ONU.

Lula já havia dito em entrevistas que apoiaria a expansão mediante determinados critérios, mas evitou o assunto em seu discurso aberto, na plenária da cúpula.

Maior incentivadora da expansão, a China pediu que o processo fosse acelerado.

“Gosto de ver o entusiasmo dos países em desenvolvimento com o Brics. Um grande número deles pediu para participar da cooperação com o Brics e precisamos fazer bom uso e acelerar o processo de expansão do bloco para incluir um número maior de países na família do Brics”, disse o presidente chinês, Xi Jinping.

A Rússia também passou a ter mais interesse depois do início da guerra na Ucrânia e passou a trabalhar contra o isolamento promovido por potências ocidentais.

Vladimir Putin quer mais coordenação entre os integrantes do Brics nas Nações Unidas.