O grupo chinês BYD assumiu oficialmente as instalações da antiga fábrica da Ford na Bahia, com o ato simbólico de instalação da pedra fundamental, e confirmou a produção de três modelos da marca: o híbrido flex Song e os elétricos Dolphin e Yuan, além de ônibus e caminhões.

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O investimento de R$ 3 bilhões, já anunciado, será gasto na remodelação da fábrica para novas linhas de produtos eletrificados, equipamentos para a produção e desenvolvimento de uma tecnologia de sistema flex para o Song. O início da produção está previsto para o final de 2024.

A unidade de automóveis terá capacidade inicial de 150 mil unidades ao ano, volume que a partir de 2025 deverá ser ampliado para 300 mil unidades, com novos aportes.

O grupo já chegou a falar em aportes até R$ 10 bilhões.

Nessa segunda fase também está prevista uma unidade de processamento de lítio, completando assim as três fábricas que o grupo prometeu ao governo da Bahia.

A intenção é gerar cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos.

O governador baiano, Jerônimo Rodrigues (PT), informou, durante a cerimônia, que já enviou para a Assembleia Legislativa projeto que isenta de IPVA carros elétricos de até R$ 300 mil.

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Marca deve desbancar Tesla

A BYD nasceu em 1995 (como NiMH) na China, produzindo baterias para celulares, pelas mãos de Wang Chuanfu, então com 19 anos.

Sete anos depois, em 2002, abriu seu capital em Hong Kong.

No ano seguinte, o executivo usou parte do dinheiro na aquisição de uma estatal quase falida que atuava na fabricação de automóveis

Em 2005, lançou seu primeiro carro a combustão, uma cópia do Toyota Corolla. Em 2008, a empresa entrou no segmento de eletrificados e, desde então, cresce em ritmo acelerado.

Hoje, a empresa cujo nome são iniciais de Build Your Dreams está muito perto de desbancar a Tesla como maior fabricante de veículos elétricos do mundo.

A marca vendeu no terceiro trimestre 431,6 mil veículos elétricos no mundo, ante 435 mil unidades da Tesla, uma vantagem de apenas 3,4 mil unidades para a fabricante americana

As duas companhias têm projeções similares para as vendas totais de elétricos no ano todo, de 1,8 milhão de unidades, mas, pela rapidez com que a chinesa tem conquistado mercado com oferta de veículos de bom nível e custo competitivo, as apostas de analistas são de que a chinesa fechará 2023 como líder do segmento.

O grupo hoje é um conglomerado que atua em vários segmentos, como baterias, automóveis, caminhões, ônibus, trens, e semicondutores.

O estilo de Chuanfu contrasta com o de Elon Musk. Enquanto o dono da Tesla está sempre na mídia, Chuanfu é discreto.

O chinês tem fortuna estimada em US$ 19,9 bilhões. Musk tem cerca de US$ 250 bilhões.