O calor acima da média matou 61.672 pessoas na Europa no verão de 2022, alegam cientistas em pesquisa em publicada na revista Nature.

As estatísticas soaram um alerta em agosto do ano passado, quando o calor, a seca e os incêncidos tomaram conta do continente.

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Foi observado também um número alto não comum de pessoas morrendo durante o verão mais quente registrado nos países europeus.

Gráficos de aumento de temperatura na Europa ao longo dos anos – Fonte: Nature Medicine/ ‘Heat-related mortality in Europe during the summer of 2022

Assim, especialistas utilizaram esses dados e modelos epidemiológicos para saber quantas mortes podiam ser relacionadas à temperatura.

As mais de 60 mil mortes ocorreram entre 30 de maio e 4 de setembro de 2022.

A mortalidade foi mal alta na Grécia, Espanha, Itália e Portugal.

“Existem pessoas que teriam morrido de qualquer maneira, mas essas não são contadas com esta metodologia”, disse Joan Ballester, professor associado de pesquisa em clima e saúde no Instituto de Saúde Global de Barcelona e principal autor do estudo. “Estamos falando de pessoas para quem a ocorrência dessas temperaturas desencadeou a morte”.

Morte na Europa pelo calor

Um parcela das mortes relacionadas ao calor vem de insolação.

Na maoria das vezes, o clima quente mata as pessoas, impedindo o corpo de lidar com problemas de saúde existentes.

O estudo constatou que em todas as semanas do verão de 2022 as temperaturas médias ultrapassarm o valor de décadas anteriores.

O calor mais intenso ocorreu de 18 a 24 de julho, quando matou 11.637 pessoas.

A temperatura do planeta subiu cerca de 1,1ºC, mas na Europa isso duplicou mais rápido que a média global.

O número pode ser maior

A chefe do grupo de pesquisa sobre clima e saúde da Universidade de Berna na Suíça, Ana Maria Vicedo-Cabrera, diz que o verdadeiro número de mortos pode ser acima do registrado.

Outro estudo que usou dados diários para a Espanha estimou 10% mais mortes relacionadas ao calor no país.

Já uma pesquisa de Vicedo-Cabrera e colegas mostou um efeito ainda maior na Suíça, com estimativa diária o dobro dos dados semanais.

Ambos os estudos descobriram que as mulheres, e particularmente as mulheres mais velhas, morreram em taxas mais altas do que os homens.

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