A onda de calor que tem atingido as regiões Sudeste e Centro-Oeste do país desde o fim de semana provocou recordes de demanda de energia elétrica.

Na última terça-feira (14), a carga atingiu 101.475 MW, o maior patamar da história.

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Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o recorde já havia sido batido na segunda-feira (13), quando a demanda máxima alcançou 100.955 MW.

Foi a primeira vez na história do sistema interligado que a carga superou a marca de 100 mil MW. O recorde anterior era de 97.659 MW, medido em 26 de setembro deste ano.

“A principal razão para esse comportamento da carga é a significativa elevação de temperatura verificada em grande parte do Brasil (em São Paulo, alguns termômetros mostraram 40ºC no início da tarde)”, disse o operador, em nota.

Se considerada a demanda nos primeiros dias de novembro, houve um incremento de 16,8% na carga, passando de 86.800 MW para os atuais 101.475 MW.

Segundo especialistas no setor de eletricidade, por ora os picos de demanda não representam risco de desabastecimento da população. Isso porque há sobra de energia no país.

A capacidade de geração elétrica é de cerca de 200 mil MW, e vem crescendo mês a mês, sobretudo com a contribuição de novas fontes de energia renovável.

Segundo o ONS, o sistema nacional é robusto e tem uma grande diversidade de fontes para atender à demanda de carga e potência do Brasil.

Mudanças climáticas

Desde a semana passada, a carga de energia do Sistema Interligado Nacional saltou de 76.194 MW médios para 89.021 MW médios, aumento de 12 mil MW médios no período.

Com o aumento das temperaturas, os aparelhos de refrigeração consomem mais energia para entregar a mesma eficiência. Isso reflete na elevação do valor da conta de energia.

No calor, geladeira, freezer e ar-condicionado, por exemplo, são aparelhos que exigem mais para rejeitar o calor do ambiente e atingir a temperatura interna programada.

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Hidrelétricas do Norte

Em termos práticos, isso significa que é possível ou provável que as temperaturas dos próximos meses sejam extremas, o que resultaria em recordes de demandas de pico.

A manutenção do El Niño nos próximos meses tende a reduzir as vazões nas regiões Norte e Nordeste.

Por serem a fio d’água, sem reservatório, as usinas de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte, por exemplo, estão com produção reduzida.

A perda de potência hidrelétrica resultante foi cerca de 12 GW, segundo relatório da PSR. Isso exige mais planejamento e backup para sustentar a demanda.