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Câmara aprova MP que destina R$ 1 bi para povo Yanomami e combate a garimpo ilegal

- Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (8) a Medida Provisória 1209/24, que autoriza um crédito extraordinário de R$ 1 bilhão para vários ministérios, visando ações de proteção ao povo indígena Yanomami e combate ao garimpo ilegal em suas terras. A medida agora segue para o Senado.

Conforme o governo, a medida foi tomada para cumprir uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou a abertura de crédito extraordinário em caso de insuficiência de recursos orçamentários para atender uma decisão anterior de socorro aos indígenas, no âmbito de uma ação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF).

Dos recursos totais, R$ 309,8 milhões serão destinados à participação das Forças Armadas, utilizando o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). Além disso, R$ 60,18 milhões serão direcionados para a Força Nacional, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal na área. Esse montante representa 37% do total liberado.

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Funai
Outros R$ 210 milhões ficarão com o Ministério dos Povos Indígenas para a gestão de políticas para os povos indígenas.

Para a Funai, a MP destina R$ 182 milhões para a atividade de regularização fundiária, proteção e gestão dos territórios indígenas, além de mais R$ 60 milhões para a atividade de direitos pluriétnicos e culturais dos povos indígenas. Esse montante soma 45,2% do total liberado.

Meio Ambiente
O Ministério do Meio Ambiente terá R$ 107,6 milhões (10,76% do total previsto) para ações de fiscalização em terras indígenas e gestão de unidades de conservação em terras indígenas a cargo do Ibama ou do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Mais ministérios
Outros ministérios também terão dinheiro para ações correlacionadas:

Crise humanitária

O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), ressaltou que, por meio da MP, o governo legalizou uma decisão do Supremo e atuou para conter a crise humanitária que o povo Yanomami sofreu. “É uma medida provisória que trata da dignidade deste povo que precisa da proteção do Estado brasileiro”, afirmou.

Segundo ele, a gestão Lula enfrenta o abandono e a miséria em que o governo anterior deixou o povo Yanomami.

Já o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), vice-líder da oposição, disse que o governo Lula encaminhou a MP após ser divulgado um número de mortes de indígenas maior que o verificado em 2022. De acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, houve 363 mortes de indígenas em 2023, 6% a mais que o registrado em 2022.

Arguição no STF
A publicação da MP atende a uma decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, em Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 709, de 2020). A Advocacia-Geral da União (AGU) deu parecer pelo cumprimento imediato da decisão.

A arguição foi apresentada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) em agosto de 2020. A entidade pediu a retirada dos não indígenas das Terras Indígenas Yanomami, Karipuna, Uru-Eu-Wau-Wau, Kayapo, Arariboia, Mundurucu e Trincheira Bacaja.

Em novembro de 2023, o STF confirmou a necessidade de uma resposta do Poder Executivo por meio de ações coordenadas envolvendo diferentes órgãos.

Com informações de Roraima 1

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