Um canadense foi condenado à morte acusado de tráfico de drogas na China. Nesta terça-feira, 10, a Justiça chinesa rejeitou recurso da defesa e confirmou a sentença. A posição do país asiático deve agravar a relação diplomática entre Pequim e Ottawa.

Robert Lloyd Schellenberg foi detido há sete anos acusado de contrabandear 220 quilos de metanfetamina da China para a Austrália. O canadense afirmou ser inocente alegando que estava na China apenas como turista. O tribunal chinês considerou que evidências provam que ele estaria envolvido no contrabando internacional de drogas.

Na China, o Código Penal considera que traficar, importar, transportar ou fabricar ópio em quantidades superiores a um quilo, ou heroína em quantidades superiores a 50 gramas, ou outros entorpecentes em quantidades grandes, pode resultar em 15 anos de prisão, prisão perpétua ou morte, além do confisco de bens.

 

Crise diplomática

No ano de 2018, Robert chegou a receber pena de 15 anos de prisão. No ano seguinte, no mês de janeiro, um segundo julgamento acabou condenando o canadense à morte. Um mês antes, autoridades canadenses prenderem Meng Wanzhou, diretora financeira da empresa chinesa Huawei, a pedido dos Estados Unidos. A acusação era de violação de sanções de Washington ao Irã.

Alguns dias depois, a China prendeu o ex-diplomata canadense Michael Kovrig e o empresário Michael Spavor — que estavam sob custódia naquele país —  e foram acusados de espionagem. Os chineses negam qualquer relação entre os episódios.

A decisão do tribunal chinês desta terça coincide com o julgamento de Meng no Canadá, que utiliza seus últimos recursos para tentar evitar extradição para os EUA. Meng Wanzhou é diretora financeira da Huawei e filha do fundador, Ren Zhengfei.